As organizações populares e os partidos de esquerda precisam apresentar uma saída independente para a crise que está tomando conta do mundo todo. Tanto a crise econômica, com a queda vertiginosa das bolsas na semana que passou, como a crise de saúde pública causada pela pandemia de coronavírus são produto da destruição capitalista.
A pandemia agravou a crise econômica, mas as duas crises são independentes e terão desenvolvimento próprio. É preciso, portanto, um programa que dê conta da verdadeira hecatombe que se avizinha. Um programa independente, que passe longe da política da burguesia, a verdadeira e única causadora dessas crises.
A esquerda pequeno-burguesa, dirigente das principais organizações populares, está evoluindo rapidamente para uma política completamente errada e que pode ser fatal para os trabalhadores. Um exemplo disso foi a decisão completamente equivocada de cancelar os próximos atos públicos, do dia 14 passado e do dia 18. Em nome de uma “responsabilidade” que na realidade é um desejo expressado pela burguesia.
Nesse sentido, não apenas um programa de luta e reivindicações deve ser apresentado de maneira independente mas é preciso uma política independente. O momento não é de entrar de cabeça no chamado cínico da burguesia por uma “unidade nacional” que não existe de fato e nem é possível que exista. Essa “unidade” é um chamado para que o povo pague pela crise, sofra nas ruas pela falta de estrutura para combater a pandemia, enquanto a burguesia encontra a solução para ela mesma.
Ao contrário do que foi feito em relação aos atos, é preciso intensificar uma mobilização, é preciso chamar o povo nas ruas para impor para o governo e a burguesia que se resolvam os problemas graves que estão colocados. Esse é o momento de ir para a rua e como uma medida de força arrancar da burguesia tudo o que for necessário para conter as duas crises.
Sem mobilização, o povo irá perecer em casa.
Por isso, o PCO está colocando em marcha uma campanha por um conjunto de reivindicações essenciais para conter a crise. Não é possível esperar. Somente uma ação conjunta e independente dos trabalhadores e de todos os explorados poderá resolver a grave crise que se aproxima.
Torna-se ainda mais urgente derrubar Bolsonaro e todo o regime golpista.