Antes mesmo de ser aprovada a lei de combate às Fake News, seus resultados já podem ser vistos sendo postos em prática. No último dia 4, foi tornada pública a condenação contra o ator José de Abreu, decisão esta que impõe ao mesmo o pagamento de uma multa de 20 mil reais ao Hospital Albert Einstein.
A decisão baseia-se justamente no problema de “Fake News”, em que Zé de Abreu é indiciado por, em janeiro de 2019, comentar em sua conta pessoal no Twitter que “Teremos um governo repressor, cuja eleição foi decidida numa facada elaborada pelo Mossad [serviço secreto de Israel], com apoio do Hospital Albert Einstein, comprovada pela vinda do PM [primeiro-ministro] israelense, o fascista matador e corruptor Bibi [Benjamin Netanyahu]”.
O ator buscou recorrer na Justiça porém seu pedido fora negado e agora, ainda em primeira instância, é indiciado pela juíza Claudia Carneiro Calbucci Renaux, da 7ª Vara Cível de São Paulo, que afirmou que Zé de Abreu “não se limitou a mera crítica em relação ao atual cenário político, mas fez verdadeira afirmação quanto à existência de um conluio entre o governo de Israel, a igreja evangélica e o hospital com o propósito de cometer ato criminoso”.
De acordo com a justiça a “extensão do dano” e as informações “negativas” denunciadas estariam apenas recompensadas sob uma alta multa paga ao próprio hospital, uma variação de “danos morais”.
José de Abreu, na realidade foi a mais nova vítima da onda de censuras e perseguições políticas no país. Sob o pretexto da luta sagrada contra as chamadas “Fake News”, a burguesia brasileira iniciou uma intensa campanha com esta ferramenta.
A facada contra Bolsonaro neste caso, era o “fake” do problema, e não sua denúncia. Comprova-se dessa forma que o problema das notícias falsas não está ligado a seu conteúdo, mas de quem e a quem se refere.
Zé de Abreu será multado por meramente denunciar, um direito democrático de qualquer cidadão.