Apesar de setores da esquerda nacional afirmarem que a “democracia” no Brasil é sólida, está “consolidada” e um golpe militar seria inviável, o comandante do Exército Eduardo Villas-Bôas já demonstrou que as Forças Armadas estão dispostas a tomar o poder. No julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula, o comandante chantageou a ministra Rosa Weber, deixando claro que se ela votasse a favor do petista, o Exército interviria.
Mais uma vez, Villas Bôas decidiu ameaçar o país – e, não por coincidência, mais uma vez em um caso envolvendo Lula. Em entrevista à imprensa golpista, o militar declarou que a posição democrática do PT de manter Lula como candidato estaria “tirando a legitimidade, dificultando a estabilidade e a governabilidade do futuro governo e dividindo ainda mais a sociedade brasileira”. Como se não bastasse isso, Villas Bôas ainda foi mais enfático quando perguntado em relação ao prazo para o desfecho do caso Lula: “que seja decidida com oportunidade para que o processo eleitoral transcorra normalmente e naturalmente”.
Se Villas Bôas se acha no direito de caracterizar a situação como anormal, é porque as Forças Armadas estão prontas para intervir no país. A chantagem ao TDE e ao STF fica bastante evidente em suas declarações: se Lula for candidato, o Exército irá intervir.
Os trabalhadores e os setores democráticos não podem aceitar esse tipo de chantagem do golpista Villas Bôas. É necessário sair as ruas e exigir a liberdade de Lula e Lula presidente para derrotar os golpistas.