O carnaval é o maior evento cultural brasileira. Responsável por aglomerar milhões de pessoas nas ruas de todo país, esta gigantesca manifestação popular para o país todos os anos e é vista pela burguesia como um momento de risco, onde os desejos populares, em geral reprimidos durante o restante do ano, vem a tona de forma intensa.
Os últimos carnavais após o golpe de Estado tornaram-se conhecidos pelo seu forte caráter político. A revolta contra o governo golpista de Temer e posteriormente contra o fascista Bolsonaro, inaugurando de maneira não oficial a campanha pelo Fora Bolsonaro, tiveram fundamental destaque no carnaval, o que levou a várias tentativas da direita, que tradicionalmente sempre buscou controlar as festas populares, em dificultar a vida dos foliões.
Agora, após ao grande número de regulamentações, exigências e controle autoritário, o número de blocos de carnaval, previsto para quase mil na cidade de São Paulo, um dos maiores dos últimos tempos, caiu nos últimos dias, tendo uma quebra de cerca de um terço, com mais de 200 blocos cancelados.
As razões para o cancelamento destes blocos deve-se a política autoritária da prefeitura de São Paulo, controlada pelo PSDB, que visa dificultar seja financeiramente ou organizativamente a ação dos blocos durante os tradicionais desfiles de rua do carnaval paulistano.
Os inúmeros blocos desistentes denunciam a prefeitura de inviabilizar recursos financeiros, seja diretamente ou tornando inviável a possibilidade de patrocínios. Outro fator que chama a atenção é a proposital desorganização da prefeitura, que supostamente era para garantir ao menos dois ambulantes por bloco, tornando-o viável financeiramente, algo que também não foi atendido.
Já quanto a disponibilidade de banheiros, ambulâncias, etc, os números são incertos, o que soma a política ditatorial da prefeitura que de maneira arbitrária realoca sem consulta blocos, diminui seu tempo de desfile ao tempo em que altera e aumenta as regras obrigatórias para a população ter o direito básico de se expressar na sua própria festa.
Contudo, mesmo com todos os ataques o carnaval deste ano indica ser maior e ainda mais forte que os anos anteriores, demonstrando uma crescida na própria mobilização popular, expressa de maneira visível no alto nível de politização que os carnavais vem tomando.
Como festa do povo, a burguesia cada vez mais teme esta gigantesca festa, buscando asfixia-la, no entanto, o forte desejo popular de luta e a radicalização que toma conta do país fazem com que o carnaval seja o principal momento deste período em que a ação política da esquerda, dos movimentos populares, será mais presente.
