Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o PIB do Brasil deve encolher 7,4% este ano, caso não haja uma segunda ondada de contágio da Covid-19, havendo uma nova onda de contaminação, o tombo pode chegar a 9,1%.
A julgar pelas medidas tomadas pelos governadores e prefeitos de liberação do isolamento social, enquanto o vírus se alastra e o nível de contágio continua alto, podemos supor que chegaremos ao cenário em que o índice mais alto de declínio econômico – 9,1% – seja atingido.
Essa suposição não se trata de um pessimismo atoa, é a constatação de que tudo o que foi feito anteriormente se baseava no mantra do isolamento social, por parte de governadores e prefeitos, enquanto o presidente golpista, mesmo com o cheque em branco dado pelo congresso com o auxílio emergencial, só soube falar de cloroquina. Nenhuma mediada efetiva foi tomada, como o teste em massa, por exemplo.
Voltemos ao tombo do PIB de 9,1%, a OCDE acredita que em 2021 a economia pode recuperar parte da perda com o crescimento de 2,4%. Mesmo que “apesar do fechamento de empresas e perda de alguns empregos” (como a Organização diz), não é isto que vai transformar a realidade de miséria e desemprego que milhões de trabalhadores brasileiros enfrentam hoje.
Vale lembrar que para uma recessão de 9,1% a recuperação terá de ser de 10,01% e com uma taxa de recuperação de 2,4% levaríamos mais de 4 anos para voltarmos ao patamar de 2019, isso não considerando o crescimento da população.
Com o quadro descrito pela OCDE, lembramos que se trata de uma organização de caráter empresarial, que visa direcionar o imperialismo a uma política de ataques contra a população; os trabalhadores brasileiros terão longos anos de penúria pela frente.
Mesmo o quadro que pintamos até aqui seria um ponto de vista bem otimista para a classe trabalhadora no Brasil, pois não incluímos a conjuntura econômica do mundo. Nosso país é dependente da exportação de commodities e nossa indústria das exportações. Nesse mesmo relatório a OCDE aponta para uma recessão mundial na ordem de 5,2%; chegando a 7,6% em caso de uma segunda onda mundial.
Nesse quadro a recuperação brasileira não acontecerá tão breve, mesmo com o governo doando bilhões aos grandes capitalistas, como banqueiros e montadoras, isso só fara a recuperação dos postos de trabalho ser mais demorada e a remuneração menor, pois o investimento em tecnologia para substituir a mão de obra, sempre foi a prioridade do indivíduo capitalista…e uma de suas grandes contradições.