Nessa sexta-feira (16) o general golpista, Eduardo Pazuello, atual ministro interino da Saúde do governo Bolsonaro, será empossado como titular da pasta. Desde maio Pazuello já estava à frente do cargo, após a saída de Nelson Teich, no entanto, a nomeação marca a consolidação do general na função e aumenta, inclusive formalmente, a presença dos militares no governo golpista de Bolsonaro.
O episódio se soma à também nomeação do coronel Lamartine Barbosa Holanda, da reserva do Exército Brasileiro, escolhido por Mário Frias, secretário especial da Cultura de Bolsonaro, para a Funarte.
Estas nomeações, somadas à presença dos milhares de militares que ocupam cargos dentro do governo Bolsonaro, sinaliza para um aprofundamento do regime. A burguesia, diante da crise total do regime, vai fechando o cerco e aumentando sua capacidade de repressão dentro do próprio Estado capitalista.
Considerando o dossiê sobre os servidores antifas, a tentativa de mudança nas regras de estabilidade do serviço público, o endurecimento de leis e a tentativa de criminalização do comunismo (vide projeto de Eduardo Bolsonaro) são elementos que estão sendo preparados para utilização futura contra a esquerda e os trabalhadores.
Como o PCO denunciou desde o início, o golpe de 2016 só foi dado devido ao apoio dos militares. Afinal, o poder militar é o último bastião do Estado capitalista. Nada de relevante sem o seu apoio pode ser alterado.
Desta forma, desde 2016 os militares foram galgando posições e crescendo dentro do regime golpista. Vale lembrar que o presidente ilegítimo Michel Temer colocou o general Sérgio Etchegoyen à frente do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), um fato inédito até então, permitindo que os militares iniciassem seu avanço através do setor de inteligência do governo.
Desde então, os militares conquistaram posições nas mais diversas áreas e expandiram seu domínio, como fica claro neste caso, da Saúde à Cultura, passando por todas as demais áreas estratégicas do país, estatais, autarquias, etc.
Da mesma forma, nos governos estaduais e municipais, o mesmo ocorreu, militares se tornaram secretários de estado, estaduais e municipais e dirigentes em posições chaves do Detran às autarquias. O que deixa claro que não se trata de algo isolado, mas sim de uma política que ficou muito bem descrita pelo próprio vice-presidente ilegítimo, Hamilton Mourão, ao dizer que as Forças Armadas atuam por “aproximações sucessivas”!
Por isso, essas nomeações, somadas a todos os elementos presentes na situação política, como o repúdio do povo ao governo genocida de Bolsonaro, que matou mais de 130 mil pessoas, marcam a consolidação dos militares no regime golpista, para que o povo se acostume cada vez mais com um regime ditatorial e tenha de se acostumar a viver numa ditadura militar.