A cidade de Colniza (MT), a 1.065 km de Cuiabá, onde ocorreu há pouco tempo um massacre contra trabalhadores rurais sem- terra, é palco, novamente, de conflitos por terra. Um grupo de aproximadamente 200 pessoas ocupou a Fazenda Agropecuária Bauru (Magali) nessa segunda-feira (29). Não é a primeira vez que essa fazenda é ocupada.
O MPE foi informado (e repassou essa informação para o governo do estado) que 30 seguranças foram contratados pelos proprietários e irão a fazenda para, criminosamente, retirar de lá os sem-terras, que, por sua vez, também estariam armados.
Se for verdade que os sem-terras estão armados, é preciso dizer que trata-se da atitude correta a ser tomada por eles. Surpreendente seria se estivessem desarmados depois da chacina que vitimou nove (9) sem-terras na região em 2017, assassinados após serem cruelmente torturados.
É preciso ressaltar também que o gerente da fazenda afirma que ainda não houve confronto armado porque a segurança privada – modo como a imprensa burguesa chama os jagunços, que são assassinos profissionais – recuou para evitar o conflito, já que estão em número menor.
Trata-se de mais uma demonstração da covardia dos latifundiários, que se assustam se o inimigo estiver armado e em maior número, mas se fizeram de valentões diante de nove (9) trabalhadores que não tinham condições de se defender. Essa forma de agir tem se intensificado cada vez mais desde o golpe de Estado que derrubou o governo de Dilma Roussef (PT) e deve se intensificar ainda mais agora, com a intensificação do golpe a partir de eleições flagrantemente fraudulentas.
Diante disso, é preciso defender o direito de auto-defesa do movimento de luta pela terra, entendendo que não se derrota a direita golpista através do voto ou do diálogo, pois eles só entendem a linguagem da força. É preciso construir comitês de luta contra o golpe e de auto defesa tanto no campo como na cidade, para colocar os parasitas sociais da direita para correr através da força da mobilização popular.