A segurança do presidente golpista e ilegitimamente eleito, Jair Bolsonaro, assim como de sua família, em especial seus dois filhos parlamentares, aparece como uma preocupação de toda cúpula golpista. O esquema de segurança para a posse de Bolsonaro no dia 1 de Janeiro pretende ser inédito, o maior já visto no País. O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) quer que as polícias do Senado e da Câmara, respectivamente, assumam a segurança de Flavio Bolsonaro, eleito pela fraude para o Senado e Eduardo Bolsonaro, para a Câmara dos Deputados.
Essa preocupação expressa a falta de apoio popular ao governo, como o rechaço e o ódio legítimos de grandes parcelas da população, gerados cada vez mais amplamente pela política de Bolsonaro e dos golpistas, e que eles temem que possa extrapolar para ações violentas contra a cúpula dos golpistas.
Nessa semana, a Polícia Federal abriu um inquérito para investigar uma pretensa organização “terrorista” que supostamente divulga ameaças e sua ações na Internet. Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal e a PF, o grupo reivindicou a autoria de uma tentativa de atentado supostamente realizado em 25/12, no qual teriam deixado uma mochila com explosivo ao lado da igreja Santuário Menino de Jesus, no Centro da Brazlândia, no Distrito Federal. O artefato teria sido desarmado pela Polícia Militar.
A tal organização, chamada Maldição Ancestral, assumiu a autoria da suposto atentado em seu sítio, no qual também ameaçam a posse de Jair Bolsonaro. Evidentemente que se busca dar um destaque enorme a um fato de menor envergadura e absolutamente suspeito de veracidade. E não seria de se admirar, na verdade, se tudo não passasse de uma artimanha dos golpistas para justificar o aumento da repressão com a desculpa do combate ao terrorismo.
Seja como for, o fato é que os golpistas temem ações violentas contra sua cúpula, uma reação natural de setores arruinados pela política destrutiva dos golpistas contra o povo, e querem combater com aumento da repressão. O governo Bolsonaro tende a ser um governo não só sem base social, mas odiado pela população, como um governo colonial do imperialismo, apoiando-se fundamentalmente no aparato repressivo.
Não pode haver nenhuma solidariedade com os golpistas, como ocorreu no caso da suposta facada por ele recebida, quando a esquerda burguesa e pequeno-burguesa solidarizou-se com o fascista Bolsonaro. Contudo, é evidente, que ações isoladas como aquela não derrotarão o golpe de conjunto, e podem ser usadas pela direita, como pretexto para aumentar a repressão.
É preciso mobilizar as amplas massas do povo contra o golpe de conjunto, não apenas contra indivíduos, mas contra todo o aparato golpista. Só a mobilização revolucionária do povo pode anular a repressão e derrotar os golpistas, é ação das massas que temem mais que tudo, e é ela que devemos desenvolver.