Nesta semana, foi publicado um abaixo-assinado em defesa da “democracia e contra Bolsonaro”, assinado por incontáveis pessoas do meio artístico, inclusive da Rede Globo, como o ator Wagner Moura, e Caetano Veloso. Apoiado pelo PT, por apoiadores de Ciro, como Patrícia Pillar e por tucanos históricos, como Miguel Reale Jr., um dos responsáveis pelo pedido de impeachment, e o ex-ministro do presidente FHC, Celso Lafer, além de outros ministros tucanos.
O manifesto em primeiro lugar visa criar uma unidade nacional artificial, o seu texto diz que todos seriam contra Bolsonaro por serem a favor da democracia e contra a xenofobia e noções “intolerantes”, no entanto no manifesto estão presentes os tucanos e os golpistas em geral, os coveiros da débil democracia brasileira e da “tolerância”.
Os golpistas, e o PSDB em primeiro lugar, foram os principais articuladores do golpe que derrubou Dilma Rousseff, foram eles que incentivaram as agressões e espancamentos de petistas, e foram eles que organizaram todas as ofensas baixas contra a primeira mulher presidenta da república, não Bolsonaro, mas o PSDB, a Globo e o imperialismo.
O bolsonarismo apenas se desenvolveu neste clima fascistóide criado pela direita conservadora para atacar o PT e a esquerda.
Os golpistas são os pais de Bolsonaro, isso fica evidente quando se olha a campanha de João Doria ao Governo de São Paulo, é quase impossível diferenciá-lo de Bolsonaro.
Participar de um abaixo-assinado “em defesa da democracia” com pessoas como estas é um engano na melhor da hipóteses e um cinismo sem fim na pior das hipóteses.
A direita que lançou Bolsonaro na arena nacional toma a iniciativa de atacá-lo como uma forma de manipulação eleitoral. Eles querem canalizar a repulsa à extrema-direita, que é uma repulsa também a direita tradicional e todos os golpistas, para eleger o candidato escolhido deles.
Querem criar um clima político onde consigam fazer o povo votar em qualquer um para que “ele” não vire presidente.
Ou seja querem fazer com que o povo vote no candidato do PSDB para que Bolsonaro não vire presidente.
É preciso denunciar esta tentativa de manipular o povo brasileiro. A direita conservadora quer fazer o mesmo que Bolsonaro, eles só não falam isso em voz alta, e têm mais condições de executar o brutal ataque contra os direitos do povo do que o candidato do PSL.
Esta frente única, de caráter puramente eleitoral, não pode para Bolsonaro e o crescimento da extrema direita, pois a extrema-direita não é fenômeno eleitoral. A extrema-direita cresce com uso de truculência nas ruas. Eles crescem na violência contra manifestações, greves, ocupações, e em atentados como foi visto contra a campanha do candidato do PT no estado do Paraná e contra as caravanas de Lula.
Esta violência só pode ser parada nas ruas, com a força organizada do povo, não com uma aliança com aqueles que deram o golpe, com eles não.