A cada dia fica mais difícil morar no Brasil. A taxa de reajustes do aluguel foi para a estratosfera, 25,71% em um ano. De acordo com a pesquisa da FGV (Fundação Getúlio Vargas), o IGP M (Índice Geral de Preços do Mercado), que serve de base para os reajustes de aluguéis e contratos, ficou bem acima do verificado em 2019 de 7,30%.
Em janeiro ficou em 2,587%, enquanto que em dezembro foi de 0,96%, uma alta considerável. A matéria do jornal Brasil 247 nos informa ainda que os preços no atacado foram os maiores responsáveis pela alta em janeiro, contribuindo com 3,38% contra os 0,90% em dezembro.
O Índice Nacional de Custos da Construção também teve alta, mais moderada, indo de 0,88% em dezembro para 3,38% em janeiro. Enquanto que o Índice de Preços ao Consumidor, que mede o varejo, apresentou queda, indo de 1,21% em dezembro para 0,41% em janeiro.
O IGP M, que reajusta os aluguéis, foi o maior da série histórica desde 2002, quando o índice chegou a 25,31% em um ano. Com esses dados é fácil verificar que a vida do brasileiro trabalhador fica pior a cada dia.
A alta gigantesca dos preços no supermercado, a pior alta dos aluguéis agora verificada, num momento de crise econômica e da pandemia, com desemprego igualmente alto, o comércio de portas fechadas, os ambulantes sem poder trabalhar por conta da pandemia, o fim do auxílio emergencial que era uma esmola mas ajudava em alguma coisa, tudo isso aumenta significativamente o peso nas costas dos trabalhadores.
E fica pior ainda considerando que para fugir de aluguéis bem mais caros, eles serão empurrados para regiões ainda mais distantes dos centros urbanos, tendo gastar mais com transportes e piorando a qualidade das moradias.
Outra consequência será o aumento do número de despejos por não suportar os reajustes de aluguéis, já a renda já está bastante comprometida com a inflação, desemprego e reduções de salários ocorridas durante a pandemia e a crise econômica. E ainda a falta do auxílio emergencial torna tudo muito mais complicado. É uma situação de desespero para a população trabalhadora.
Por tudo isso é que lutamos por formar conselhos populares nos bairros, nas empresas e escolas. Só com a organização dos trabalhadores, com uma pauta bem definida de reivindicações e de luta efetiva nas ruas, pressionando os governos e indo até a conquista de toda pauta. Só aceitar a completa realização de todas as reivindicações, nada menos que isso. É só com essa atitude que poderemos reverter o jogo a nosso favor.