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Crise fecha mais empresas

Com 68% de pequenos negócios em dívida ou atraso, crise aumenta

Pequenas empresas são aos que mais empregam e a crise se abate sobre elas aumentando o desemprego e a pobreza

No Brasil marcado pelo maior desemprego da história e pelo aumento acelerado da miséria, as pequenas empresas estão endividadas e com perspectivas muito sombrias para o ano. O Sebrae realizou uma pesquisa no final do ano passado e verificou que: em novembro 68% dos pequenos negócios estavam com dívidas em aberto e contas em atraso.

Segundo Guilherme Reche, analista do Sebrae Rio:

“A conta começa a bater na porta das empresas e muitas não estarão preparadas para assumir a dívida, porque serviços e comércio ainda estão se recuperando. O problema é que não tem nenhum programa de crédito ativo, e as incertezas daqui para frente causarão temor e devem diminuir a oferta de crédito nos bancos. Com isso, o empresário perde capacidade de pagamento.” (CACB/O Globo, 20/1/21)

O auxílio emergencial garantiu que a inadimplência caísse no segundo semestre de 2020. A ausência dele neste ano irá fazer com que as dívidas aumentem e os pagamentos atrasem.

“Levantamento feito pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) mostra que entre 24 de dezembro e 4 de janeiro, 57% dos estabelecimentos não conseguiram pagar em dia despesas com impostos, aluguel, salários e fornecedores. Entre eles, 63% estão em atraso com o Simples Nacional. O presidente da Associação acredita que o setor caminhe para a insolvência e já defende a criação de um programa de refinanciamento do Simples [Nacional]” (idem).

O que mais se vê em todas as cidades do país é bares e restaurantes fechando. Caso não seja criado algum programa de ajuda ao pequeno comércio, as falências e fechamentos serão acelerados neste ano, atingindo um setor que emprega muita mão de obra e que depende grandemente da capacidade de compra da população.

Pequenos negócios em vários ramos se comportam de forma muito parecida aos trabalhadores. Saem do setor formal, tentam por um tempo atividades informais próximas à formalidade e vão decaindo conforme cai também a renda dos trabalhadores que consomem seus produtos. Viu-se no ano passado e esse movimento vai se acelerar em 2021. É um movimento que caracteriza a proletarização dos pequenos empreendimentos, com o agravante, nesse período, do desemprego em massa.

No ano passado o IBGE verificou que a crise maior se deu sobre as pequenas empresas, as que mais demitiram e que mais dificuldades tiveram para pagar os fornecedores. (Contábeis, 19/9/20) Em outubro o presidente do Sebrae informou que os débitos acumulados pelas pequenas empresas vinculadas ao órgão estavam em aproximadamente R$105 bilhões de reais. (FDR, 14/10/20)

É importante ver que “as pequenas companhias são as que mais geram emprego no Brasil com carteira assinada, somando 54% dos empregos formais do país. O comércio concentra a maior parte das empresas, somando 41%. Além disso, é o setor de serviços que mais emprega mulheres.” O Ministério da Economia informa que as micro e pequenas empresas “representam 99% dos negócios brasileiros, respondem por 30% de tudo que é produzido no país e são responsáveis por 55% dos empregos gerados no Brasil” (Gov, 5/10/20). Com isso já se vê o impacto geral da crise que se abate sobre essas empresas e sua repercussão no nível de emprego.

Em 2020, segundo o IBGE, mais de 700 mil empresas fecharam as portas e 70% das 2,7 milhões que continuaram abertas sentiram o forte impacto da crise. (Terra, 17/12/20)

As empresas gigantes, como Amazon e Apple, ou da área financeira cresceram em 2020. As pequenas que fecham, de uma forma ou de outra, sentem na pele a tendência do capitalismo ao monopólio. As grandes vão engolindo as menores e assim por diante. O exemplo da Amazon é muito claro. Seu crescimento acabou fechando centenas de milhares de pequenas livrarias de bairro no mundo inteiro. O mesmo já sentiram as papelarias, bancas de jornais, armarinhos. As compras pela internet já vinham ameaçando empresas pequenas e médias desde os anos 1990, mas isso se consolidou na década passada e a agressividade com que esse comércio ocorre mostra que ainda há algum terreno para que essas mega empresas de comércio eletrônico avancem sobre as pequenas, vendendo a preços muito menores que o de mercado em um primeiro momento e depois consolidando seu monopólio com preços que ditam em escala mundial. Da China se compra qualquer coisa hoje em dia. De uma simples camiseta até bicicleta e materiais escolares.

Enquanto o Brasil vende soja e minerais, compra de tudo da China. Foram importados US$158 bilhões de dólares no ano passado. Isso fez com que os Correios (ECT) firmasse um acordo com a China para garantir a entrega de encomendas por meio marítimo, que agora chegam principalmente pelo terminal de Paranaguá (PR) (Veja, 30/5/20). Isso mostra também que o Brasil está perdendo capacidade industrial em todos os segmentos, desde os mais sofisticados até a indústria mais rudimentar.

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