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Genocídio

Com 3,62% de vacinação, País caminha para dobrar mortos em 2021

O número ínfimo de vacinações e a ausência de um plano real para enfrentar o problema sinalizam que o número de mortos tendem a dobrar com extraordinária velocidade.

Há pouco mais de um ano, o Brasil registrava sua primeira morte em decorrência do coronavírus. Os governos, nos âmbitos federal, estadual e municipal, tiveram tempo suficiente para analisar o desenvolvimento da doença nos outros países (Itália, Estados Unidos, França, China, Inglaterra, Portugal, Espanha, Bélgica, Japão) e tomar medidas de precaução. A Itália foi a primeira nação que apresentou uma situação de catástrofe social aos olhos do mundo, quando os médicos tiveram que escolher quem poderia ser internado e sobreviver. Seu sistema de saúde chegou ao colapso, assim como os serviços funerários.

A pandemia se espalhou pela Europa num curto período de tempo. Em poucos meses, todos os continentes estavam sendo assolados pelo vírus. No continente americano, os Estados Unidos se destacaram pelo nível de mortandade e a incapacidade crônica de organizar o povo para enfrentar o vírus. Atualmente, este país superou a marca dos 28 milhões de casos confirmados e 523 mil mortes, segundo estatísticas oficiais.

O governo Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido), que administra o maior orçamento público do país, subestimou a doença desde o início. As declarações de Bolsonaro afirmavam que se tratava de uma “gripezinha”, dando a impressão de que não havia muito com o que se preocupar. A insistência em remédios como hidroxicloroquina e ivermectina comprova que o coronavírus foi tratado como uma doença sem muita importância. O presidente fascista não tomou nenhuma medida concreta para organizar a população e fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS). A única política foi o Auxílio Emergencial com valor de cerca de metade de um salário mínimo no começo (R$ 600,00), que depois baixou para R$ 300,00. Nesta semana, o Senado Federal aprovou a volta do benefício com o valor de R$ 250,00.

Dia após dia, a situação sanitária se agravou. Os governadores e prefeitos tampouco enfrentaram o problema. Estes insistiram em medidas tímidas de distanciamento social, que serviram somente para a classe média e a burguesia, que têm condições materiais para se manterem em isolamento domiciliar. A massa de trabalhadores teve que permanecer exercer seus ofícios, expostos à infecção nos transportes públicos e nas atividades cotidianas.

A vacina é um dos fatores mais importantes para enfrentar a doença, embora hajam paliativos capazes de amenizar a situação, naturalmente, só a vacinação é capaz de promover a plena segurança do povo. Para conseguir imunizar em massa a população, é preciso abrir o caixa do Estado e fazer investimentos na aquisição de doses, seja pela compra, seja pela produção. É necessário contratar equipes de profissionais e fortalecer o Sistema Único de Saúde. E nada disso está sendo feito. A exemplo da inércia verificada ao longo de 2020, os governos não demonstram interesse em providenciar a vacina.

Em janeiro de 2021, com a situação completamente fora de controle, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), lançou a vacina chinesa Coronavac, produzida pelo laboratório Sinovac, como a primeira vacina. O político direitista fez um espetáculo em torno do lançamento da vacina, no que foi apoiado pela imprensa capitalista e pela esquerda pequeno-burguesa. Acontece que a campanha lançada por Doria era uma farsa, uma jogada de marketing pessoal para projetá-lo nacionalmente com vistas às eleições presidenciais de 2022.

A imprensa capitalista assinala que 7,6 milhões de pessoas foram vacinadas até o momento, número que corresponde a 3,62% da população brasileira. A esmagadora maioria das imunizações foram feitas pela Coronavac. O medicamento necessita de duas doses, é um dos mais caros e de menor índice de eficácia, em torno de 50%. Cabe destacar que 1,25% da população teria recebido a segunda dose da vacina chinesa, ou seja, teria metade das chances de estar imunizada. O resto é um mistério, pois supõe-se que a pessoa que tomou a primeira dose necessariamente tomará a segunda, o que pode não acontecer.

O Brasil ultrapassou a marca de 263 mil mortes e 10,9 milhões de casos confirmados. O País é um dos epicentros mundiais da doença, tendo o estado de São Paulo como o mais afetado pela pandemia, o epicentro nacional. Há mais de um mês, a média móvel de mortes se situa acima de mil por dia. Se a doença continuar a evoluir no ritmo atual, o número de mortes vai dobrar em pouco tempo.

O governo João Doria é tão fascista, criminoso, negacionista e genocida quanto Jair Bolsonaro. As diferenças entre as políticas dos dois governos direitistas são cosméticas, pois no essencial a linha orientação é a mesma. A política deles pode ser sintetizada na frase: “Deixar morrer quem tiver que morrer”.

No momento mais agudo da crise do COVID-19, quando o estado de São Paulo bateu recorde de mortes, João Doria opta por implementar medidas ineficazes como o lockdown, com a finalidade de passar a impressão de que está tomando medidas enérgicas para combater a expansão da doença. Não passa de um jogo de cena, uma política de circo. Doria foi um dos primeiros a desmontar as parcas estruturas de atendimento a população, não investiu no sistema público de saúde e advogou pelo retorno das aulas presenciais, mesmo que seja consenso de que isto expõe professores, crianças, adolescentes, pais e mães de alunos ao contágio. Na rede estadual de ensino de São Paulo, são mais de 1.500 casos confirmados, 80 educadores mortos e até mesmo mortes de alunos do ensino fundamental.

A única forma de mudar a trágica situação é por meio da mobilização popular nas ruas. É preciso que o povo faça valer seus interesses e use da violência para pôr fim ao massacre. Trata-se de legítima de defesa contra uma política genocida e assassina, que busca salvaguardar os interesses dos bancos e grandes capitalistas.

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