Não perca os colunistas da Causa Operária TV no Youtube, diariamente às 12 horas. Ontem, o colunista foi o companheiro Henrique Áreas, que tratou do tema “A iminente prisão de Lula e a intervenção militar”:
“Olá, Boa tarde. Está começando mais um colunistas ao vivo da causa Operária TV.
Bom, como vocês viram aí na descrição do vídeo, hoje eu gostaria de falar um pouco sobre a relação entre a iminente prisão do Lula com a presença dos militares nas ruas do Rio de Janeiro e assim como também a presença cada vez maior dos militares dentro do governo golpista.
Bom, como vocês sabem o judiciário já deu mostras aí mais do que suficientes de que juízes estão decididos a prender o Lula. Não deveria mais haver dúvidas sobre isso, né. Desde a primeira instância com Sérgio Moro, passando pelos desembargadores do TRF-4, a negação do habeas corpus pelo STJ e agora proximamente marcado para o dia 26 o julgamento do recurso da Defesa do Lula no TRF-4, tudo isso e também as declarações da Carmen Lúcia não querendo colocar em votação a questão da prisão em segunda instância no plenário do STF, isso daí mostra que a decisão é de colocar o Lula na cadeia. Não deveria haver dúvidas sobre isso.
Mas a gente deveria explicar que o objetivo disso daí não é simplesmente prender o Lula, mas estabelecer a partir da prisão do Lula toda uma perseguição política contra os movimentos sociais e populares, organizações de esquerda, e por isso também a prisão do Lula não pode ser encarada apenas como problema eleitoral. É claro que é eleição também tá na conta dos golpistas. Eles sabem que numa eleição normal, que eu nem diria democrática, porque no Brasil a eleição já não é normalmente democrática, mas numa eleição normal o Lula ganharia com facilidade, inclusive muito provavelmente ainda no próprio primeiro turno da eleição. Isso daí para os golpistas seria um horror.
Mas o problema da eleição não é todo o problema, e a questão do Lula não se encerra e não está muito longe de se encerra aí. A perseguição, como eu falei, abre caminho para a perseguição generalizada contra toda a esquerda e contra os movimentos sociais. A direita ela não tem popularidade nenhuma. A direita é pró-imperialista com seus planos de ataques aos direitos dos trabalhadores, aos direitos de toda a população, à destruição da economia nacional e entregando tudo todos os capitalistas internacionais para o imperialismo. Esse programa da direita, ele é totalmente em impopular e já está mais do que provado. Por isso, inclusive, eles não conseguem ganhar uma eleição normal e por isso também é toda essa crise do próprio golpe, dos golpistas, né, que não conseguem impor de maneira acabada todas essas medidas. Esse problema; essa rejeição às medidas dos golpistas acaba se expressando de uma maneira mais organizada e política na própria figura do Lula. O Lula se apresenta de maneira distorcida ou não, como a gente já falou, como a negação de todas essas medidas, desses planos que os golpistas têm para o país, né. E esses planos justamente em determinado momento eles vão enfrentar uma resistência da classe operária dos Trabalhadores de uma maneira muito enérgica. A gente não sabe logicamente em que momento que a classe operária vai sair às ruas para enfrentar esses planos, mas o fato aqui cedo ou tarde isso vai acontecer, né. A presença do Lula e toda a questão da prisão do Lula passa também por essa reação por que na medida em que o judiciário, a Polícia Federal, e os golpistas conseguem prender o Lula, eles estão tentando sufocar também uma expressão mais ou menos organizada dessa reação às medidas impopulares, e é aí que entra o problema dos militares.
O regime político tá cada vez mais fechado; cada vez mais ditatorial para que sejam impostas essas medidas à força pelos golpistas. Os militares estão nas ruas do Rio de Janeiro, e a cada dia que passa vai ficar mais claro para a maioria da população que eles estão lá por uma questão meramente política. A questão da segurança é uma farsa que eles mal conseguiram disfarçar para justificar a presença dos Militares do Rio de Janeiro, e as declarações dos Generais no sentido de defender a ditadura militar de 64 e defender licença para matar e defender que não deve ter Comissão da Verdade, uma série de declarações mostram que a presença dos militares no Rio de Janeiro é uma questão política, e como ele já disseram um laboratório para o golpe militar no país todo. E esse golpe militar, o problema Central dele é justamente impedir, sufocar e reprimir uma manifestação que possa acontecer em primeiro lugar contra a própria prisão do Lula e em segundo lugar, mas não menos importante, a própria reação às medidas dos golpistas que a própria prisão do Lula pode gerar.
Os militares, os golpistas, né, no caso já estão decididos a implementar uma ditadura no país se for se for necessário; se eles sentirem em que a coisa saiu do controle. Portanto, a relação entre a prisão do Lula e presença dos militares é uma relação totalmente direta. Os militares estão nas ruas do Rio de Janeiro para servir como um laboratório para reprimir qualquer reação que possa acontecer contra prisão do Lula e contra as medidas que os golpistas querem impor. Por isso a melhor saída, a única saída, que os movimentos sociais, movimentos populares, partidos de esquerda, a CUT, e a frente Brasil Popular podem encontrar é mobilizar amplamente os trabalhadores, porque não adianta uma simples mobilização eleitoral; não adianta uma simples mobilização de rua no sentido mais como tem sido feito que é uma mobilização, apesar de ser importante, mas a mobilização também em grande medida eleitoral onde se faz a ali determinados discursos e chama o pessoal a defender o Lula de um ponto de vista mais institucional, é preciso uma mobilização real de fato que chame os trabalhadores nas fábricas e nos bairros populares mostrando o que significa exatamente a prisão do Lula, o que eles querem fazer ao prender o Lula e quais são os direitos e as arbitrariedades estão sendo feitas e que isso daí Vai resultar num ataque brutal a todos os direitos da população e a todas as riquezas nacionais.
Então sem uma mobilização real os militares vão ter facilidade de reprimir. A única saída é uma mobilização massiva da classe operária que intimide todos os golpistas e todos os militares porque uma mobilização massiva não é possível dizer reprimir de um ponto de vista quantitativo porque a gente sabe que a classe operária uma vez mobilizada; uma vez colocada em movimento ela não é possível de ser enfrentada por qualquer força golpista da burguesia. Então é importante deixar bem claro que é necessário sair às ruas para impedir com o objetivo de impedir de fato a prisão do Lula, cercar e preparar no caso de Lula da condenação e prisão do Lula ser decidida; estar preparados para cercar e impedir de levar ele preso, ou seja, uma mobilização que tem um objetivo Claro; objetivo prático de impedir a prisão do Lula.
Bom, antes de terminar gostaria de dizer que, ontem a noite, a vereadora do PSOL, Marielle Franco, foi assassinada – na verdade foi executada – com todas as características e toda a aparência de uma execução policial. Ela estava denunciando as arbitrariedades da polícia nos morros cariocas, fazia parte também de uma comissão que ia controlar e investigar a intervenção Militar no Rio de Janeiro, né. Então isso daí é mais um sinal para esquerda e para os movimentos populares de como a direita, que levantou a cabeça com golpe militar e que está sendo impulsionada pelo golpe militar, vai agir daqui para frente, né. Então é preciso reagir. É preciso organizar comitês de autodefesa para colocar direita para correr porque se a gente abaixar a cabeça os direitistas que são minorias no país vão continuar na ofensiva. Então é importante expressar nossa solidariedade; é importante disso daí tirar as lições necessárias para enfrentar a direita, os golpistas e os militares.
É isso. A gente fica por aqui com mais essa coluna e semana que vem a gente tá de volta com colunistas ao vivo nesse canal causa operária TV. Muito obrigado.”
Assistam todos os dias os colunistas do COTV, no Youtube, a partir do meio dia, sempre com um tema diferente e de interesse para a classe operária.