A discussão sobre a punição do humorista Danilo Gentilli levantou duas alternativas para o problema. A primeira é deixar ele falar o que quiser, sobre o que quiser, quando quiser, só que, para isso, terá que se ver com a justiça se ofender alguém. A segunda, mais racional, é que se ele falar algo ofensivo, basta responder à altura ao ataque.
A segunda alternativa é mais democrática, mais normal. Trata-se de se responder uma provocação com as armas que se tem às mãos. A primeira saída é a alternativa em que o cidadão passa para o Estado a procuração para que este exerça sua força repressiva.
Só quem nunca teve que lidar com a força repressiva do Estado burguês é capaz de pedir para este mesmo estado seja repressivo com determinada pessoa. Ou pior, ser repressivo por alguém ter dito alguma coisa, pelo simples fato de falar.
A liberdade de expressão é ampla, sem restrições. Ninguém pode restringir o que se fala, o que se pensa. Do contrário, seria de se imaginar que um órgão censor, sob seus próprios critérios, diga o que pode ou não ser falado. Limitar esse direito é um pé dentro da ditadura fascista.
Não é aconselhável reforçar o aparato de repressão do Estado. Pois esse reforço pode se voltar contra si mesmo, ou contra qualquer um. O Estado não pode ser o tutor do que vão falar ou deixar de falar. Especialmente o Estado de Sérgio Moro, Dallagnol e companhia limitada.
Especialmente no meio do golpe de Estado é que não se pode dar mais nenhum poder ao Estado para reprimir, na verdade, é preciso lutar pela revogação dos crimes de pensamento, chamados, agora, crimes contra a honra: injúria, difamação e calúnia. Por exemplo, se alguém me chamar de macaco e dizer que eu deveria voltar para a África, melhor eu “resolver a fita ali na hora”. Não chamar a PM, nem o Sérgio Moro. Fale o que quiser, não gostou, revide.