Os militares, que tomaram de assalto o governo, de 1964 a 1985, perseguiram todos os movimentos sociais, e o movimento negro não ficou de fora dessa perseguição sinistra da Ditadura Militar.
De acordo com os documentos do Arquivo Nacional, os militares se infiltraram nas organizações dos negros para poder reprimi-las, além de torturar e liquidar com as suas lideranças.
Durante o período, pelo menos 40 militantes do movimento negro foram pegos pela repressão e estão desaparecidos desde então. Os desaparecidos da ditadura, todos sabem, foram mortos pelos militares.
Segundo os documentos do Arquivo Nacional, a repressão estava preocupada com a influência do movimento negro norte-americano no movimento negro brasileiro, o que poderia gerar uma “desordem social”. A preocupação dos militares chegou a capoeira, escolas de samba, casas de religião de origem africana, bailes, etc. mas também aos movimentos, como foi o caso do Movimento Negro Unificado.
Podemos citar, pelo menos, dois líderes negros assassinados pela ditadura militar. É o caso de Osvaldão (Osvaldo Orlando da Costa) e do próprio Carlos Marighela, perseguidos e executados pela Ditadura Militar.
Osvaldão, por exemplo, foi morto com um tiro de carabina, em fevereiro de 1974. Seu corpo foi pendurado em um helicóptero que sobrevoou a região do Araguaia para mostrar para a população que Osvaldão não era imortal, ideia que se desenvolveu na região. Ele teve a cabeça decepada por um sargento do Exército. Esses são os métodos dos militares.
A ação dos militares daquela época são iguais aos dos militares de hoje em dia. A Polícia Militar é uma herança da ditadura militar, e o Exército, como pode ser visto no Rio de Janeiro, está a serviço da repressão do povo, especialmente do povo negro.
É preciso lutar contra a intervenção militar no Rio de Janeiro, em uma luta que precisa ter como ponto central a liberdade do ex-presidente Lula e o Fora Bolsonaro, um dos principais instigadores da ação truculenta e letal das forças de repressão do Estado.