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“Amigo da onça”: PCdoB vota em Maia e se junta a direita para atacar PT

Quando importantes setores da esquerda dão sinais de que estão renovando a necessária disposição para retomar a luta pela liberdade de Lula e contra os ataques do governo ultra reacionário e ilegítimo de Jair Bolsonaro (eleito em um processo fraudulento em que o candidato preferido do eleitorado foi impedido de concorrer), como mostram as importantes resoluções adotadas pela Frente Brasil Popular e pelo Coletivo Nacional Lula Livre na última semana, um dos antigos integrantes dos governos Lula e Dilma e que, nas últimas eleições, ocupou a vice-presidência da chapa que substituiu Lula nas eleições presidenciais (aceitando a fraude das eleições sem Lula), acaba de participar de uma nova operação de ataque ao Partido dos Trabalhadores, no Congresso Nacional.

Além de votar em Rodrigo Maia (DEM/RJ), o candidato de Jair Bolsonaro e do “centrão”, dos fascistas do PSL, defensores da ditadura do DEM, PP e demais partidos, como o PSDB, que participaram ativamente do golpe de estado e aprovaram os maiores ataques contra os trabalhadores e a juventude de todos os tempos, como a famigerada reforma trabalhista, o “congelamento” dos gastos públicos por 20 anos,  a reforma do ensino médio etc., o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), aprofundando sua política de colaboração e integração com os golpistas, participou da formação de um bloco com partidos declaradamente golpistas, que contou com a colaboração direita do governo Bolsonaro, na sua composição, como fica evidente na sua constituição:

  • PDT (28 deputados)
  • Podemos (17 deputados)
  • SD (13 deputados)
  • PCdoB (10 deputados)
  • Patriota (9 deputados)
  • Pros (8 deputados)
  • PPS (8 deputados)
  • Avante (7 deputados)
  • PV (4 deputados)
  • DC (1 deputados) 

A conformação do bloco, por certo, contou com a articulação do ex-candidato abutre à presidência da República, que elogiou o judiciário em sua agilidade em condenar Lula e fez do ataque ao PT o centro de sua campanha eleitoral, buscando ganhar o apoio da direita para ser o seu candidato preferencial.

Dentre os partidos que lançaram candidatos nas eleições presidenciais, o bloco integrado pelos “comunistas” conta ainda com a participação do Podemos, do reacionário Alvaro Dias (do PR), e do Patriota, do Cabo Daciolo, que tem comoslogan central o mesmo lema do presidente Bolsonaro: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” . Como quase todo os partidos do bloco, o Patriota votou em Bolsonaro no segundo turno, a favor da direita, do golpe e contra a chapa integrada pelo PCdoB.

No “bloco, estão também tradicionais sublegendas do PSDB, como o Solidariedade, do deputado Paulinho da Força e e o PPS, do ex-ministro de Itamar Franco, Roberto Freire (na foto ao lado dos fascistas do MBL).

A presença do PCdoB, longe de ser uma exceção em sua suposta política “combativa” é a confirmação e aprofundamento da política reacionária que o partido vem levando adiante diante de toda a operação golpista que levou à derrubada da presidenta Dilma Rousseff (2016), para não irmos mais longe e termos de nos ater ao poio aos governos reacionários da burguesia em nível federal (como Sarney e Itamar) e estaduais (como Collor, Quércia, Newton Cardoso etc.).

O partido que integrava o ministério de Dilma, defendeu no interior do movimento de luta contra o golpe que Dilma deveria renunciar e convocar novas eleições (um política bem à gosto do imperialismo e dos golpistas, como se vê, novamente, no caso da Venezuela). Derrubado o governo, o PCdoB se recusou a apoiar a luta pela anulação do impeachment e se passou – de malas e bagagens – para a defesa de antecipação das eleições (“diretas”), procurando vender a ilusão de que o congresso dominado pelos golpistas iria aprovar a antecipação do fim do mandato de Temer, com que setores do PCdoB, defenderam-junto com “governistas”, como Paulinho da Força (do Solidariedade, que agora integra o bloco), reconhecer e legitimar, aceitando discutir com ele – por exemplo – ataques contra os sindicatos e os trabalhadores (reforma trabalhista) quando setores da CUT propunham rejeitar tal “negociação”.

Depois de ter participado por anos da chapa do PT, auferindo claras vantagens eleitorais e outras, diante dos ataques da direita contra o partido e, particularmente contra seu principal dirigente e maior liderança popular do País, Lula, os “comunistas” passaram a fazer campanha a favor de um “plano B”, que visava claramente lançar como candidato presidencial o abutre Ciro Gomes (hoje no PDT). Assim, lançou a candidatura de “faz-de-conta” de Manuela D’Avila, e fez todo tipo de chantagem para exigir que o PT lhes assegurasse o posto de vice em uma chapa que levasse, como resultou, ao abandono da candidatura de Lula, tese apoiada pela direita do PT e também pela burguesia golpista, que precisava que a esquerda endossasse o processo fraudulento, pois, como afirmavam, corretamente, então, milhares de ativistas de todo o País: “eleição sem Lula é fraude!”. E foi!

É preciso ter claro que o PCdoB foi um dos principais responsáveis por fazer com que todo o movimento de luta contra o golpe e pela liberdade de Lula fosse paralisado, durante o processo eleitoral, com a própria campanha da “chapa de Lula” abandonando a luta por sua liberdade como uma das questões centrais, diante da pressão da burguesia e em sintonia com a política do partido de buscar uma “frente ampla” com setores golpistas, como o próprio PSDB.

Para impor essa política, a direção do PCdoB pressionou para desarmar os trabalhadores e sua organizações, se opondo à realização do Congresso do Povo, aprovado pela Frente Brasil Popular, que poderia detonar uma luta geral contra a direita e pela liberdade de Lula. Tratava-se de buscar a “unidade” com os setores golpistas e não da esquerda e das organizações de luta dos trabalhadores e da juventude.

Como toda a ala direitista da esquerda que se colocou na posição de abandonar, de fato, qualquer mobilização em torno da liberdade de Lula, o comando do PCdoB, tomou posição a favor da inexistente legitimidade do governo de Bolsonaro e intensificou sua busca frenética de uma “frente ampla” que como se vê claramente na eleição da Câmara nada tem de amplo, uma vez que “unifica” (muito provisoriamente) setores que não tem nenhuma afinidade com a política de defesa dos direitos democráticos e populares que boa parte da militância do partido acredita ser um dos eixos do PCdoB.

Tal frente não amplia nada, apenas mostra claramente a sucumbência total da direção do PCdoB diante de alguns dos grupos profundamente reacionários que se articularam com Ciro e o PCdoB para atacar o PT no terreno parlamentar, fazendo frente com os golpistas que procuram encurralar o partido. Com “aliados” assim, quem precisa de inimigos.

Os números deixam claro que o papel decisivo que a direção do PCdoB jogou nessa articulação direitista uma vez que o tamanho de sua bancada seria suficiente, para conceder ao bloco liderado pelo PT (com o qual não temos concordância, por agrupar também setores golpistas, como o PSB que votou em peso pelo impeachment de Dilma) o segundo lugar entre os blocos na Câmara e inviabilizar – de fato – o bloco do “puxadinho de Maia”, como foi devidamente apelidado a “frente” integrada pelos “comunistas”.

Os ativistas da esquerda de todo o País, das organizações de luta dos trabalhadores, precisam debater esta política reacionária, bem como o conjunto das orientações que procuram estimular ilusões nas falidas organizações do regime político como o Congresso e o Judiciário golpistas, atuando como um bloqueio à evolução da necessária luta, nas ruas, contra a direita, pela liberdade de Lula e de todos os presos políticos, por Fora Bolsonaro e todos os golpistas.

 

 

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