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Fora a direita dos atos

Querem desmoralizar e derrotar o ‘fora Bolsonaro’

Abaixo a infiltração de políticos e organizações golpistas e fascistas nas mobilizações dos trabalhadores e da juventude e de suas organizações de luta e da esquerda

O protocolo do “super pedido” de impeachment do presidente ilegítimo e genocida, Jair Bolsonaro, o 121º entregue na Câmara dos Deputados, com a participação de políticos de direita, ex-aliados de Bolsonaro e figuras de proa da campanha golpista, aponta para um caminho oposto ao das mobilizações que estão levando centenas de milhares às ruas de todo o País.

O evento não teve maiores significados concretos no que diz respeito às dezenas de pedidos de impeachment que “mofam” há mais de um ano na Câmara. Apenas marcou o avanço da operação direitista para bloquear as mobilizações e procurar direcionar o movimento para o apoio às manobras no Congresso e noutras instituições falidas do regime golpista que, sob o comando da direita, visam uma “saída” para a crise que não seja a vitória dos trabalhadores, que não seja a derrubada de Bolsonaro e de todos os golpistas.

A grande “vitória” da apresentação do “superperdido”, nesse sentido, foi da direita. Conseguiram um feito importante ao comprometer os partidos de esquerda (PT, PCdoB, PSOL, PSTU, PCB e UP) com criminosos políticos e golpistas, como os deputados Joice Hasselmann (PSL-SP), Kim Kataguiri (DEM-SP), representando o grupo fascista MBL, e Alexandre Frota (ex-PSL e hoje no PSDB) que, juntos, assinaram o documento.

Para as fotos publicadas na imprensa burguesa, se “aglomeraram” e posaram lado a lado a extrema direita, a direita tradicional (e sem voto) e representantes (ou que dizem representar) dos trabalhadores, estudantes etc. Foi um grave erro dos dirigentes das organizações co-responsáveis pela mobilização de rua pela derrubada do governo, particularmente os gigantescos atos de 29 de maio e 19 de junho. Esses atos apontaram o caminho para derrubar Bolsonaro; intensificaram a crise do governo e de todo regime político porque os explorados e suas organizações apareceram na cena política como protagonistas, defendendo as suas reivindicações diante dos mortos na pandemia, da fome e do desemprego, não apenas contra o presidente e seu governo, mas  contra toda a direita, o regime golpista, por vacina, auxílio emergencial de verdade e outras reivindicações dos trabalhadores neste momento. 

Os inimigos do povo que assinam junto com a esquerda o impeachment, são os mesmos que votaram pela deposição de Dilma Rousseff, a favor das reformas trabalhista e da Previdência, que apoiaram explicitamente a eleição fraudulenta de Bolsonaro e fizeram campanha pela prisão criminosa do ex-presidente Lula. O que querem, ao conseguir colocar um setor importante da esquerda a reboque de uma mera manobra parlamentar, é limpar a própria barra. A presença desses direitistas no “superpedido” não lhes dá licença para atuarem como um cavalo de Tróia no movimento popular, mas tudo indica que farão a tentativa mesmo assim. 

Isso tudo é a chamada frente ampla que conduz apenas à derrota da mobilização, à desmoralização do movimento. É uma política oposta à de levar o povo às ruas para derrubar o governo e ter uma mudança efetiva em favor dos trabalhadores, política que tem se mostrado poderosa.

É preciso aprender das derrotas dos últimos anos. Esse tipo de articulação ocorreu nas Diretas Já, que foi tomada por setores direitistas e resultou na eleição do que havia de pior na política brasileira, ex-presidente do PDS – partido da ditadura militar-, José Sarney, como primeiro civil presidente da República depois da ditadura que durou 21 anos. O mesmo aconteceu no “Fora Collor”: a mobilização iniciada por estudantes e que ganhou o apoio dos trabalhadores, defendeu novas eleições com a possibilidade de eleger Lula, mas resultou num acordo da esquerda parlamentar com a direita reacionária, neoliberal, que depois de Itamar Franco (PMDB) resultou no golpe da eleição de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, para promover o maior processo de destruição da economia nacional, de privatização, fome e miséria do País.

No dia 30 realizado após a entrega do “superimpeachment”, companheiros do PCO e dos comitês de luta em Brasília levaram faixas contra a presença desses elementos da direita no movimento. Farão isso nas próximas manifestações em todo o País. A imprensa que não mostrou o protesto, disse que o PCO assinou o impeachment, o que não é verdade e foi devidamente desmentindo por nós. O partido já assinou outro pedido com o PT, a CUT, MST, mas jamais participaria dessa farsa.

É preciso rejeitar essa política de aliança com a direita, reorganizar o movimento numa perspectiva de luta, buscar uma ampliação da mobilização, o que é o oposto de se juntar com quem busca a sua derrota. É preciso trazer para a rua os sindicatos, mobilizar nas fábricas, organizar nos atos colunas de metalúrgicos, petroleiros, trabalhadores dos Correios, das estatais que lutam contra a privatização etc., coisa que a esquerda tão interessada em sair na foto com a direita não tem feito um esforço real e fazer. É preciso reverter essa situação democratizando o movimento, ampliando a participação de quem queira lutar por meio de plenárias e assembleias públicas para discutir as duas políticas que estão em jogo: uma de aliança com a direita, que leva à derrota do movimento, e outra, que leva a intensificar a frente de luta com os setores explorados e é capaz de efetivamente derrotar Bolsonaro e toda direita golpista.

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