No último período, se estabeleceu uma perseguição generalizada às torcidas organizadas dos clubes de futebol. Sob os mais variados pretextos, aqueles que fazem mais bonita a festa do futebol estão sendo aos poucos banidos dos estádios.
É preciso entender, em primeiro lugar, que o futebol é um espetáculo criado e desenvolvido pelo povo, especialmente o futebol brasileiro, que tem seus maiores craques negros, como o rei Pelé.
A festa do futebol, nesse sentido, deveria ser gratuita, ou com preços módicos para que a população possa ir assistir e prestigiar seu time do coração.
Mas a burguesia sabe o grau de periculosidade que é a reunião de dezenas de milhares de pessoas em um estádio de futebol. Dependendo da situação política do País, isso ganha contornos explosivos, de revolta e manifestação, daí o controle que se pretende exercer sobre a torcida.
Alega-se contra as organizadas o problema da violência, o que não é fato. A violência nos estádios é apresentada, em primeiro lugar, pela polícia, que não raras as vezes espanca torcedor gratuitamente, dentro e fora dos estádios.
Com o tempo foi-se proibindo quase todos os apetrechos de uma boa festa, como sinalizadores,faixas, bandeirões, as charangas, que faziam o povo pular durante os 90 minutos de jogo, até torcidas inteiras serem punidas com o impedimento de ir ao estádio caracterizadas, como foi o último caso da Raça Rubro Negra, organizada do Flamengo.
Políticos da direita, por exemplo, são encabeçadores da ideia do fim das torcidas organizadas, como é o caso de Major Olímpio e do próprio Jair Bolsonaro. A ideia é transformar os estádios brasileiros em “arenas”, ao estilo europeu, com torcedores brancos, de classe média.
O processo de perseguição às organizadas vai passar, como era de se esperar, pelo cadastramento das torcidas junto ao poder judiciário, ao ministério público. Em último caso, quem vai comandar esse processo é ninguém mais ninguém menos que Sérgio Moro, futuro ministro da justiça.
É preciso ter claro que a perseguição às torcidas organizadas é parte da perseguição de todo o povo brasileiro. Nesse sentido, é preciso lutar para que todas as organizadas possam voltar aos estádios, com todo o material possível para uma boa festa; lutar por ingressos populares ou gratuitos, para devolver o futebol ao povo.