O governo Bolsonaro está adotando a estratégia causar fome e desespero entre os indígenas para forçar uma abertura das terras indígenas demarcadas para o agronegócio.
No início deste mês, indígenas do Mato Grosso da Terra Indígena Sangradouro, no Município de Primavera do Leste (231 km ao Sul de Cuiabá), estão em situação de extrema miséria. São 60 aldeias ocupadas por 2.700 indígenas da etnia Xavante.
A situação é tão grave que alguns caciques Xavante começaram a pedir para o governo federal para que explorassem a terra indígena através do agronegócio, permitindo grandes plantações e “parcerias” com latifundiários da região.
Em situação de ameaça devido a invasão de suas terras por parte de garimpeiros estimulados pelas mineradoras e latifundiários, indígenas da etnia Yanomami denunciaram e pediram ajuda ao governo para combater mais de 10 mil garimpeiros que estão dentro da Terra Indígena Yanomami em Roraima.
No fim de 2018, o governo acabou com a fiscalização para expulsar os garimpeiros e houve o fechamento de três bases da Funai de apoio na TI e começou um deslocamento enorme de garimpeiros para as terras indígenas.
Isso somado aos cortes no orçamento da Secretária de Saúde Indígena e a retirada dos médicos cubanos e fim do programa Mais Médicos, que deixou os indígenas sem nenhum tipo de assistência médica nas aldeias.
Esses cortes na saúde estão causando um “apagão médico”. Recentemente, entidades indígenas denunciaram que no Parque Indígena do Xingu, norte de Mato Grosso, uma das áreas indígenas mais conhecidas, não há médicos e em 11 dias, três crianças morreram por falta de assistência médica.
São alguns exemplos que mostram as intenções de Bolsonaro e da extrema direita para tratar os povos indígenas. Os cortes nos programas sociais e fim das demarcações são realizados com essa intenção. Bolsonaro está criando uma situação insustentável para os indígenas dentro de suas terras para forçar a abertura dessas terras para a exploração mineral e agrícola de grandes empresas do agronegócio.
A abertura das terras indígenas para a exploração de mineradoras, madeireiras e latifundiários somente irá agravar essa situação de miséria e violência. E fica claro quando analisamos que quem mais apoia a entrega dessas terras são as pessoas e entidades que tem um histórico de luta contra os indígenas e seus direitos. Como por exemplo a UDR (União Democrática Ruralista).
Assim, deixam em uma situação vulnerável e justificam os ataques as terras indígenas. Permitindo qualquer tipo de negociação ou capacidade de lutar contra esses ataques limitadas.