A situação do Brasil é catastrófica. Em números oficiais, o País já ultrapassou o número de 350 mil mortos em decorrência da pandemia, resultado da política dos governos estaduais, do governo de Bolsonaro e dos militares. A burguesia, no entanto, se protege e protege os seus, com vacinação e isolamento social, enquanto obriga o povo pobre e explorado a continuar trabalhando, se expondo aos graves riscos da pandemia.
No início da crise sanitária, aproximadamente um ano atrás, o PCO e os Comitês de Luta lançaram uma campanha pela formação de conselhos populares para a defesa das condições de vida através da organização do povo nos bairros, favelas e comunidades. A proposta foi uma medida para lutar contra a política da direita que levaria a situação atual.
O Partido orientou sua militância a se proteger, mas sair às ruas, ir aos bairros, para discutir a proposta do Partido frente à pandemia e dar início à formação destes conselhos.
A esquerda pequeno-burguesa, por sua vez, decidiu seguir as orientações da burguesia e reagiu histericamente contra a atuação do PCO. Ouvi os mais absurdos contra nossa organização, entre eles a mais famosa acusação de sermos “negacionistas”. Quer dizer, o PCO seria negacionista e não segue as orientações sanitárias que a burguesia dá.
Deixando de lado a histeria, a orientação política do PCO era clara, isto é, organizar o povo trabalhador para lutar em defesa de sua própria vida contra a política dos governos dos patrões. Da esquerda pequeno-burguesa, por outro lado, foi a de deixar colocar a luta política em hibernação e apenas seguir o que os governos da direita diziam.
Nessa loucura política, chegaram a apoiar governadores genocidas, como é o caso de João Doria (PSDB), por exemplo.
A marca atual de mortos, que cresce dia a dia, é resultado direto da condução do país pela direita, nos governos estaduais como de João Doria e outros e também do governo federal, comandado pelo ilegítimo Jair Bolsonaro e pelos militares. É na conta deles que depositamos essa catástrofe.
Consideram e tratam o povo como cidadãos de segunda categoria.
Mantiveram-se na política de proteger a burguesia e seus negócios mesmo que isso custe a vida de centenas de milhares de brasileiros.
A esquerda pequeno-burguesa, no entanto, não deve ficar de fora da crítica. Enquanto o povo morre aos montes pela doença, de fome, sem casa e nem auxílio, estão trancados em casa apoiando a política farsesca do “lockdown”.
O Brasil tem hoje 361 mil mortos e 117 milhões de brasileiros que passam fome, em determinados graus. É uma situação absurda, mais da metade do país não tem a segurança de que irá conseguir se alimentar.
A esquerda que nada fez frente a situação é colaboradora da direita, responsável pelo genocídio. Uma esquerda que diz representar o povo, liderar suas organizações, deixou o povo desguarnecido no momento em que estava mais necessitava de proteção.
Usaram de pretexto a situação para defender a aliança com aqueles que deram o golpe de 2016 e elegeram Bolsonaro.
Defensores da Frente Ampla, por exemplo, afirmaram que o momento era de união de todos em defesa da vida e depois da pandemia se importar com a luta entre esquerda e direita. Ou seja, unir-se com aqueles maiores responsáveis pela morte e após a pandemia se importar com a luta política, o único problema seria a pilha de cadáveres existente.
A defesa da vida não se trata de se unir aos golpistas, mas a defesa da vida da população brasileira só é possível na defesa da independência de classe. Somente a mobilização do povo contra a burguesia será capaz de barrar o genocídio, reivindicando a vacinação de todo o povo para impedir as mortes provocadas pela doença e um auxílio emergencial de, no mínimo, um salário mínimo, que corresponda às necessidades mais elementares da população.