Realizamos no último dia 31, mais de 30 atos, na maioria das capitais, em todas as regiões do País e em diversos países da Europa e América do Norte, sob a liderança do PCO e dos Comitês de Luta e com a adesão ou apoio de dirigentes e/ou militantes de quase todos os partidos de esquerda (PT, PCdoB, PSOL, PCB, PSTU, POR), em distintos locais, além de anarquistas e ativistas independentes. Se somaram à mobilização contra a ditadura de ontem e de hoje, antes ou durante a sua realização, dirigentes da luta dos trabalhadores da cidade e do campo.
A iniciativa quebrou a paralisia imposta pela política da esquerda que apoia a direita golpista “contra” Bolsonaro e dá sustentação à extrema direita no poder por meio da política de frente ampla, que não quer derrotar Bolsonaro porque seu principais líderes da direita golpista, que se denominam de “centro”, como FHC, Doria, Covas e João Leite (todos do PSDB), Rodrigo Maia, Mandetta (do DEM) etc. são os “pais” de Bolsonaro e – de fato – impõe em seus governos estaduais e municipais e no Congresso Nacional, a mesma política do fascista que eles ajudaram a se tornar o presidente ilegítimo.
Foram a única resposta real, classista e vitoriosa diante da ameaça da extrema direita de comemorar o golpe de 1964 (empreitada na qual fracassaram e tiveram que recuar) e também aos golpistas do “centro”, os verdadeiros chefes da frente ampla que, no próprio dia 31, divulgaram um “Manifesto pela consciência democrática”.
Esses cínicos e seus partidos que aprovaram todas as medidas contra os trabalhadores no Congresso Nacional e nos governos estaduais, agora procuram se apresentar como a alternativa direitista a Bolsonaro, para levar adiante a política pró-imperialista e anti-operária que Bolsonaro tem dificuldade de impor.
Os atos indicaram o caminho da luta contra o genocídio, que já dever ter levado à morte mais de 500 mil brasileiros, e contra outras chagas impostas pelo regime golpista – como a fome que já atinge mais de 100 milhões, em vários níveis, e o desemprego, que afeta a maioria da classe trabalhadora neste momento.
Eles não foram somente importantes manifestações de rua, são parte de um processo de mobilização que estão se desenvolvendo por força da necessidade real da classe trabalhadora e de todos os explorados de saírem à luta, às ruas, por suas reivindicações, em defesa de suas próprias vidas, que não serão defendidas por nenhuma das alas da direita.
As demonstrações de apoio de companheiros da esquerda foram acompanhadas da adesão à mobilização nas ruas por centenas de ativistas e dirigentes de base. Realizou-se nesse dia 31 um movimento que se opôs – na prática – à paralisia da imensa maioria da esquerda burguesa e pequeno-burguesa que usa a pandemia como pretexto para não realizar nenhuma luta real contra a direita e que mantém sua política de rendição à ala “democrática” e “científica” da burguesia golpista.
Foram, por hora, derrotados os que defendem que os trabalhadores e suas organizações apoiem os “pais” de Bolsonaro e do atual regime genocida, em nome da “guerra contra a covid” e da “luta contra Bolsonaro” (que não existem no mundo real) foram consequentes com a sua política de seguir a burguesia: não saíram às ruas para protestar contra a ditadura de ontem e de hoje.
Fortaleceu-se a luta por uma política independente para a esquerda e para todo o movimento de luta dos explorados do campo e da cidade. A luta por uma alternativa própria dos trabalhadores diante da crise: por colocar para fora Bolsonaro, Doria e todos os golpistas; conquistar eleições democráticas, com Lula candidato; e pela vitória do povo com Lula presidente e um governos dos trabalhadores da cidade e do campo.
Essa perspectiva deve ser aprofundar, de imediato, no fortalecimento dos Comitês de Luta no Brasil e no exterior e na convocação de uma grande mobilização classista no dia 1 de Maio, Dia Internacional de Luta da Classe Trabalhadora, nas ruas, contra o genocídio, pelas reivindicações do povo trabalhador, e por uma saída própria dos trabalhadores diante da crise.