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Marilia Garcia

Membro da Direção Nacional do Partido da Causa Operária (PCO) e da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR).

Saques em São Paulo

Esquerda pequeno-burguesa sobre arrastão: não é revolta, é crime

É preciso criar uma alternativa real de luta para os trabalhadores

 

Nessa semana, foram realizados dois saques em supermercados da grande São Paulo em menos de 72h. O primeiro ocorreu em um Carrefour no km 17 da Raposo Tavares e o segundo em uma unidade do Extra de Taboão da Serra. O fato promoveu uma polêmica dentro da esquerda devido às filmagens que mostram homens carregando celulares e televisões. Quer dizer, a esquerda se colocou ao lado da direita em comentários do Twitter que diziam: 

Oportunistas. Quem tá passando fome rouba comida. Querem gerar o caos”.

E pior:

“Isso é roubo, levaram eletroeletrônicos, se fosse por fome teriam levado comida”.

Tais comentários escancaram a posição da esquerda pequeno-burguesa em relação à revolta do povo: a população deve se revoltar segundo as regras morais da esquerda, caso contrário, os trabalhadores devem ser condenados assim como o restante do sistema penitenciário condena os pobres de todo o Brasil. 

A posição, portanto, que se iguala a da direita, condena o povo por todas as mazelas sociais. São favoráveis ao armamento da polícia, enquanto se opõe até o fim ao armamento da população. São favoráveis aos combates nas favelas, a construção de unidades de policiamento nas favelas, como as UPPs no Rio de Janeiro. 

Na situação da pandemia, essa mesma esquerda abandonou novamente a população, deixando toda a luta política de lado para “ficar em casa”. Enquanto estavam no conforto dos seus lares, podendo trabalhar em home office, condenavam a população que precisava continuar nas ruas para buscar sustento para suas famílias. 

Em uma profunda inversão de valores, celebraram Doria, Witzel, Mandetta e outros direitistas como “heróis do povo”, ao passo em que condenavam a população por se aglomerarem em barzinhos e bailes funk. O que ninguém comentou, é que os “heróis” eram os mesmos que obrigavam a população a submeter-se a aglomerações diárias nos transportes públicos. 

Não é estranho que esse setor dito de esquerda apoie as medidas ditatoriais do lockdown. Quer dizer, apoie o toque de recolher para contenção da proliferação de um vírus, enquanto a população tem de optar entre morrer de fome ou morrer pela pandemia. 

As milhões de pessoas que estão nessa situação são representadas pelo exemplo da empregada doméstica Maria Zilma Araújo, de 42 anos, que tem de sobreviver e sustentar toda a família com apenas R$160 por mês. A matéria do Uol que retrata a situação, apesar de demagógica, deixa transparecer um pouco do que é a realidade brasileira em meio a pandemia. 

Na situação em que a esquerda abandona o apoio da população, não é estranho que a demagogia da extrema-direita ganhe cada vez mais força. As falas de Bolsonaro contra o lockdown e uma suposta defesa do emprego leva uma série de pessoas a apoiar o elemento dinâmico que vai se tornando a direita fascista em comparação à completa estagnação da esquerda. 

Nesse sentido, é preciso dizer que a esquerda precisa de uma profunda modificação para estar à altura da situação política. A crise presente na situação tende a fazer saques como os citados nessa matéria se multiplicarem. É preciso, para tanto, da criação de uma alternativa real de luta para os trabalhadores. Uma alternativa operária e revolucionária.

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