Desde o início da crise do coronavírus, a esquerda classe média adotou a política de se esquivar da luta contra os golpistas, contra a direita, para defender o “fique em casa” como política para livrar o povo do desastre que está sendo a pandemia nas comunidades pobres, nos bairros operários.
Essa política consiste, essencialmente, em esperar que a corja golpista dos governadores e prefeitos, em sua esmagadora maioria, resolva o problema do coronavírus, da crise econômica, que promovem uma verdadeira devastação na camada mais pobre do povo.
É esperar que gente como João Doria, Wilson Witzel e outros, tradicionais defensores do genocídio do povo, resolvam, por um milagre, lutar pelos direitos da população pobre; resolvam, agora, lutar contra as mortes da classe operária. Os outrora defensores da limpeza social e racial, vão, agora, lutar pelo povo. É isso que a esquerda pequeno-burguesa espera.
É uma compensação psicológica: se a direita assassina não fizer nada, serão os culpados pelas mortes da pandemia. O que é certo. Porém, o que é mais certo ainda é que se a esquerda não fizer nada, ela também será responsável pelo genocídio do povo trabalhador. Da direita não se espera mais nada. Ela não consegue nem esconder que seu sonho é ver a maior quantidade de pobres mortos, afinal, para que serviria esconder os dados da pandemia se não para deixá-la correr solta entre os indefesos?
Da esquerda podia-se esperar que fariam alguma coisa, organizariam o povo para lutar nesse momento de acentuação da luta de classes, que é o que está acontecendo. A direita toma a dianteira, ataca todos os direitos do povo. A esquerda… espera a tempestade passar em casa, e o faz porque pode. O pobre reza para que não seja morto pela fome, pelo coronavírus, pela polícia.
O PCO (Partido da Causa Operária) tomou a iniciativa de organizar os conselhos populares, organizações de bairro destinadas a lutar, às últimas consequências, pelos direitos do povo. Conselhos que devem forçar que os poderosos paguem a conta da crise. Organizações capazes de pôr em prática, agora, a luta do povo contra o coronavírus. Isso é o que precisa ser feito.