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Avanço do latifúndio

Nem pandemia reduz a grilagem de terras e o desmatamento

Latifundiários e a direita no Congresso Nacional estão se aproveitando da pandemia e do desespero da população para aumentar a grilagem de terras públicas na Amazônia

Nesta semana foram divulgados os dados sobre o desmatamento na região amazônica em território nacional, denominada de Amazônia Legal, entre janeiro e março deste ano e revelam um aumento exponencial em relação ao mesmo período de 2019.

Os dados apresentados através do Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real (Deter), ferramenta do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostram que o desmatamento nesses últimos oito meses (agosto de 2019 a março de 2020) atingiu uma área de 5.076 quilômetros quadrados da Amazônia. O dobro do que foi verificado no mesmo intervalo anterior, de agosto de 2018 a março de 2019 que registrou 2.649 km² de floresta desmatadas. Um valor que já mostrava um aumento com relação ao mesmo período anterior de agosto de 2017 a março de 2018, de 2.433 km².

Juntamente com o desmatamento cresce a grilagem de terras públicas e a expulsão de milhares de famílias de posseiros, comunidades tradicionais como indígenas, quilombolas, ribeirinhos, seringueiros, castanheiros e tantos outros que usam essas terras, mas não possuem documentos e muito menos reconhecimento. Alvos fáceis para os latifundiários com apoio das forças policiais, judiciário, legislativo e executivo.

Tanto é assim que o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Marcello Britto, representante dos latifundiários, em entrevista ao canal Agro Voz, disse que “lamentavelmente, os números do desmatamento deste ano com certeza sairão maiores do que do ano passado. Porque, enquanto nós estamos aqui preocupados com a questão de saúde, a grilagem está correndo frouxa. As polícias foram puxadas para os centros urbanos porque precisam dar suporte nesse momento. O Ibama não consegue fazer fiscalização. As secretarias estaduais também. Grilagem e desmatamento correndo frouxo.”

Essa enorme corrida para desmatar e grilar terra tem sido beneficiada pela política de destruição do Ministério do Meio Ambiente, o fim das fiscalizações para grandes proprietários, incentivos as invasões de terras indígenas. Duas medidas tomadas por Bolsonaro e apoiada pela maioria do Congresso Nacional como o projeto que regulamenta a exploração de terras indígenas (PL 191/2020) e a Medida Provisória (MP) 910/2019 que na prática é não só a legalização da grilagem como um enorme incentivador dessa prática extremamente lucrativa.

Essa MP da grilagem de terras dá anistia para as áreas já griladas, permite reincidência de invasão de terras públicas, permite titular terras sob conflito ou consideradas prioritárias, cria benefício para grandes áreas e tem medidas de incentivo a ocupação de terras públicas pois não exige documentos de regularização para a venda de terras.

Esse desmatamento tem pouco a ver com o aumento das áreas para áreas produtivas e está ligado a especulação imobiliária gerada pela atual política dos latifundiários, estimulados pelo governo Bolsonaro. Reforço aqui que são os responsáveis por esse enorme aumento não é somente o governo Bolsonaro, mas o setor da direita do Congresso Nacional do chamado “centrão” que deu sustentação ao golpe e a política de Bolsonaro.

Coloco isso não para defender o governo Bolsonaro, mas para atacar a unidade que a esquerda defende com esses setores, que por divergências extremamente secundárias são “oposição” a Bolsonaro, que nunca fizeram nada pelo povo e são os principais responsável pela violência no campo, grilagem de terras públicas e contra a reforma agrária.

Esse cenário não irá se alterar se houver unidade com a direita no congresso nacional que sempre teve interesses nas medidas tomadas por Bolsonaro e só querem colocar um freio em Bolsonaro para não ir tão rápido na execução dessa política e os mercados dos países imperialistas se fechar para os produtos agrícolas brasileiros.

A única maneira de reverter essa situação de destruição dos recursos naturais, invasão de terras indígenas e unidades de conservação, expulsão de comunidades tradicionais e a violência no campo somente será resolvida com a derrubada de Bolsonaro e de todos os golpistas através da mobilização da população de maneira independente.

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