Por Henrique Áreas
O vírus é o “inimigo comum”, dizem os jornais burgueses, os governos – todos eles -, a burguesia e a direita em geral. A esquerda pequeno-burguesa, quase toda ela, repete essa ideia sem nenhuma crítica.
Que o vírus seja capaz de adoecer ricos e pobres, não há dúvida. Mas isso pode ser dito de qualquer outra doença, pelo menos de um ponto de vista geral. A malária também pode atingir um rico, a dengue, o cólera e o coronavírus. A questão no etnanto, não é essa, mas é saber quem sofrerá mais e quem está mais exposto às epidemias.
E é aí que vamos descobrir o óbvio: a esmagadora maioria da população está mais exposta às epidemias pela falta de infra estrutura e mais vulneráveis pela ausência de assistência médica de qualidade.
O coronavírus, na realidade, se entrássemos no jogo do “vírus democrático” seria o mais antidemocrático de todos. Ele foi trazido para o Brasil pelos ricos e pela classe média alta que pode passear pela Europa, mas está matando rapidamente o povo que tem que pegar ônibus para trabalhar.
A união nacional é na realidade uma ideologia da burguesia para convencer o povo que ele pode morrer sem pedir nada. Enquanto isso, a burguesia se salva.
O que existe é luta de classes e se há um inimigo “comum” é a burguesia. O inimigo comem de toda a classe operária e o povo explorado.
A esquerda que divulga a ideologia da união nacional está colocando o povo nos braços genocidas da burguesia. É isso e mais nada.
É preciso, por isso, uma política independente para o povo, que dê conta de suas principais necessidades, mesmo que para isso seja preciso atropelar a burguesia.