O golpe de Estado perpetrado contra o governo eleito pelo voto popular em 2014 agudizou todos os principais elementos de crise já presentes em um sociedade marcada por profundas contradições e desigualdades sociais históricas. O desfecho mais trágico e socialmente impactante da conspiração golpista, do ponto de vista do ataque à população pobre e explorada, foi a eleição, através de um processo de manipulação e fraude, do presidente fascista Jair Bolsonaro, que vem realizando um governo de liquidação dos direitos e conquistas da população, sem precedentes na história recente do País.
Um dos resultados mais perversos e tirânicos da política econômica que vem sendo implementada pelo ministro neoliberal e entreguista Paulo Guedes (da escola de Chicago) é a destruição da economia nacional, o que vem provocando falências em série de pequenos empreendedores, resultando em um aumento vertiginoso do desemprego, tendo como desdobramento um endividamento gigantesco de um expressivo contingente de brasileiros.
Para se ter uma ideia do significado desta política catastrófica, desastrosa para o País, o endividamento bateu recorde, com quase 66% da população pendurada em dívidas. Os números revelam que “em dezembro, por exemplo, 12,4% dos brasileiros estavam “muito endividados”; hoje são 14,5%. Em 2018, 40% dos brasileiros responderam que não tinham dívidas; hoje apenas 34% deram a mesma resposta”. (sítio O Cafezinho, 09/01).
O ano de 2019, que acaba de findar, registrou em dezembro o maior percentual de famílias com dívidas, “alcançando 65,6% e chegando ao maior patamar da série histórica da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) desde janeiro de 2010″. “O resultado é maior do que os 65,1% observados em novembro e superior aos 59,8% aferidos em dezembro de 2018” (idem, 09/01).
O fato é que não há no cenário imediato e nem mesmo a médio e longo prazo qualquer expectativa de recuperação, por mínima que seja, da economia nacional; ao contrário, os indicadores e as perspectivas anunciadas apontam para um aprofundamento ainda maior da crise, com aumento do número de empresas em situação de falência, pedidos de recuperação judicial (concordata) e desemprego em alta.
Bolsonaro e Paulo Guedes representam o caos, a tragédia social, a destruição, a hecatombe, o desalento e o desespero. A única alternativa progressista neste cenário trágico para a maioria da nação é a intervenção independente das massas sofridas e exploradas, levantando a bandeira do “Fora Bolsonaro” e todo o seu ministério reacionário e obscurantista; por novas eleições gerais, com a anulação de todos os processos contra o ex-presidente Lula, restituindo ao petista todos os seus direitos de cidadão, incluindo o direito de se candidatar à presidência.