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Genocídio

Não fazer nada é largar o povo à própria sorte

Ficar em casa, como política, é assinar embaixo o genocídio contra a população

O racismo não costuma ser algo aberto, escancarado, porque pega mal diante de alguns setores sociais. Muito embora algumas organizações da extrema-direita sejam francas em falar que querem destruir o povo negro, no geral, adota-se alguma posição ideológica ou política que resulta da eliminação, na vida prática, da população negra.

É o que diz, por exemplo, todo o sistema repressivo dos governos estaduais, do governo federal. A Polícia Militar trabalha com a ideia de repressão ao crime, quando mata milhares de jovens negros e pobres. A burguesia também apresenta essa versão, ela não diz: “exterminem os pobres e os negros brasileiros”, não. Ela diz: “vamos combater o crime”, “vamos defender a segurança pública”. 

Agora, que vivemos a crise econômica e de saúde, por conta do coronavírus, também foi apresentada uma saída para a crise com uma política racista, que é a quarentena. Até aqui se viu que essa quarentena só serve para quem pode exercer a quarentena, para uma série de trabalhadores, moradores de rua, detentos, etc. isso é uma farsa. 

A burguesia, que perdeu totalmente o controle da situação, defende essa política. Mesmo em locais que sequer existem os serviços elementares de água, luz, habitação. Diante de um vírus mortal, fiquem em casa, quem pode…

Se fossem honestos, diriam: negros, pobres, trabalhadores, esses todos podem morrer. É o que pensa a burguesia e, finalmente, é o que está defendendo a esquerda pequeno-burguesa, seguindo a imprensa dos dominantes: fiquem em casa, quem morrer, morreu.

Os milhões de trabalhadores brasileiros, os negros, mais da metade da população, os moradores de rua, esses todos foram esquecidos pela política da esquerda, que deveria fazer alguma coisa, qualquer coisa, para lutar contra o genocídio que será essa pandemia entre os pobres. Não ficar em casa, assistindo ótimos filmes, lendo ótimos livros, e esperando Jair Bolsonaro resolver o problema.

O racismo, agora, está disfarçado na política do “ficar em casa”, de não fazer nada e aguardar o desastre. Quem será que vai morrer, no Brasil, com essa política?

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