As eleições no Brasil são um jogo de cartas marcadas. Há muitos aspectos que podem ser destacados para comprovar essa tese desde o reduzido tempo de campanha eleitoral, pouco mais de 40 dias até o uso totalmente suspeito da Urna Eletrônica. Mas entre esses vários aspectos há um que é parte fundamental para a farsa política que são as eleições. A imprensa golpista.
A imprensa tem papel fundamental para manipular as eleições por meio da falsificação sistemática de informações. Do uso das pesquisas da maneira oportuna e da cobertura completamente antidemocrática dos candidatos que concorrem a um cargo público.
A vanguarda na manipulações de informações no período eleitoral não poderia deixar de ser a Rede Globo, a fábrica de mentiras. O canal de televisão que surgiu um ano depois do golpe militar de 1964 que passou a mandar no país, elegeu e derrubou presidentes.
A cobertura eleitoral sempre foi extremamente irregular. Os telejornais da emissora sempre deram destaque para os ditos “principais candidatos” mais bem posicionados nas pesquisas.
Em diversas eleições a cobertura sempre era constante, diária entre 4 a 5 candidatos e a maioria, os demais apareciam esporadicamente.
Este ano, devido ao critério completamente antidemocrático estabelecido pela emissora, na eleição para o governo de São Paulo, o mais importante estado do País, a Globo só vai cobrir 2 dos 14 candidatos que se inscreveram ao cargo.
O critério completamente seletivo e golpista baseia-se no seguinte. A cobertura diária, será feita apenas com os candidatos que atingirem 6% ou mais nas pesquisas do Ibope e Datafolha. Essa cobertura diária é a cobertura que conta. É a cobertura real da eleição.
Sob este critério, apenas João Doria (PSDB) e Paulo Skaf (MDB) terão essa cobertura de candidato. Ambos conseguiram 25% e 20% na última pesquisa. Apareceram diariamente em três telejornais da Rede Globo, Bom Dia SP, SPTV 1ª e SPTV 2ª. Estar acima dos 6% ainda da o “direito” a estes iluminados, de uma entrevista, ao vivo, de 15 minutos em um destes telejornais.
Em segundo plano vem os candidatos que ficam entre 3% e 5% na pesquisa. Na última pesquisa estavam neste patamar, Márcio França (PSB) e Luiz Marinho (PT). Estes apareceram na tela da Rede Globo, 2 vezes por semana, em dias aleatórios. E ainda poderão se expressar em uma entrevista de 50 segundos, isso mesmo, menos de um minuto, pré gravada.
Já os outros 10 candidatos que ficaram abaixo dos 3% terão a honra de aparecer na Rede Globo nada mais, nada menos que 30 segundos, a cada 15 dias, aos sábados, dia de menor audiência na televisão. E a “entrevista” por direito também será pré-gravada de nada menos que 30 segundos.
Estes critérios sempre foram utilizados pela Rede Globo em eleições anteriores, nesta, em particular, a situação fica ainda mais escandalosa. Em meio ao golpe, à prisão de Lula e o desespero dos golpistas para manter tudo como está, é muito conveniente que aparecera para a população apenas dois candidatos que são uma continuidade da política golpista.