No último final de semana, a Polícia Militar de São Paulo matou 9 jovens em uma festa realizada em Paraisópolis, um dos maiores bairros populares do Estado. Até o momento prevalece as tradicionais e cínicas alegações da PM de que teria havido um “confronto”.
As últimas notícias apontam que os jovens foram mortos por asfixia e traumas na coluna, o que implica em dizer que a versão inicial de “confronto” não tem o menor cabimento e que, na verdade, o que aconteceu foi um massacre, mais um de uma das polícias mais violentas do Brasil.
Vídeos foram publicados, mostrando a população encurralada sendo trucidada pela PM. Em outras imagens é possível ver policiais torturando e espancando jovens em um beco da cidade. Tudo foi planejado e, na verdade, foi uma ação deliberada, organizada, pela polícia de São Paulo. As mortes foram calculadas, e poderiam ter sido ainda maiores os números dessa ação macabra da PM de São Paulo.
Não é um ponto fora da curva, ou pessoas ruins dentro da corporação. A PM, na verdade, serve justamente para esse fim: torturar e executar o povo, a juventude negra e trabalhadora brasileira. Qualquer PM, de norte a sul, tem essa missão, esse único objetivo.
Cumpre a missão de manter todos os castigos corporais advindos da escravidão, mantidos e desenvolvidos pelo regime militar (1964-1985) e defendidos e financiados pelo atual regime golpista, que tem como chefe maior Jair Bolsonaro, homem que sempre defendeu a mais dura repressão contra o povo, e deu carta branca para os estados liberarem seus cães contra a população indefesa.
Aqui surgem duas questões principais. Duas palavras de ordem para mobilizar o povo trabalhador: lutar pela dissolução da PM, ou seja, pelo seu fim, pela debandada geral de todos os seus elementos. Acabar com essa corporação e sua rotina de tortura e execução.
Por outro lado, lutar pelo direito de autodefesa do povo, pelos meios que forem necessários, pelo direito ao armamento. Direito de se defender, à altura, diante dos ataques covardes do braço armado do estado, que só atua quando tem a certeza de que o “inimigo” está completamente indefeso.
Direito que só pode ser exercido com o armamento do povo. Um povo armado não é torturado e executado feito mosca, tal como fizeram em Paraisópolis. É, pelo menos, uma chance de sobreviver diante da pena de morte ambulante que é a Polícia Militar.
A dissolução dessa força de repressão seria um passo fundamental na garantia dos direitos democráticos do povo. Na verdade, a dissolução desta e das demais forças repressivas do estado, como a própria Polícia Federal, que é controlada pelos Estados Unidos, e que promoveu as “investigações” que resultaram no golpe de Estado, através, principalmente, da operação Lava Jato.
O povo organizou uma manifestação no próximo dia 05, no MASP, em São Paulo, contra essa atrocidade cometida em Paraisópolis. É preciso fazer uma ampla campanha dessa atividade e fazer dela um marco na luta contra a repressão do regime golpista, de João Doria, Bolsonaro, Sérgio Moro, e outros lacaios do imperialismo.