Por Expedito Mendonça
Muito se especula sobre quem é o responsável pelo grande futebol que o Clube de Regatas do Flamengo vem jogando na atual temporada, muito próxima do encerramento. O time carioca, de maior torcida do País, acaba de conquistar dois dos mais importantes e também cobiçados títulos do futebol mundial: o de campeão brasileiro (antecipado, quando ainda faltavam cinco rodadas para o término do certame) e o mais difícil, o de campeão da Libertadores, disputando a final contra os rivais argentinos do River Plate, uma das principais forças do futebol sul-americano, com várias conquistas continentais.
O Flamengo sagrou-se campeão depois de uma campanha épica, onde o futebol brasileiro demonstrou toda a sua força, magia e superioridade diante dos adversários sul-americanos. Na final, o Mengão fez 2 x 1 nos “hermanos”, numa virada espetacular, depois de estar em desvantagem no placar até os 43 minutos do segundo tempo, quando empatou e virou aos 46 minutos, com dois gols do artilheiro, Gabriel Barbosa, o “Gabigol”.
A imprensa capitalista e seus comentaristas, sempre buscando detratar e diminuir o futebol brasileiro diante da “escola europeia” se desmanchou em elogios ao técnico português Jorge Jesus, contratado para o lugar de Abel Braga, ainda no primeiro semestre do ano. A decisão em substituir Abel surpreendeu quase todos, pois o experiente técnico de grandes conquistas nacionais e internacionais vinha tendo um desempenho considerado não exatamente espetacular, mas satisfatório e regular à frente do rubro-negro.
O Flamengo, com bons patrocínios, receitas e grana em caixa, depois de arrumar as finanças da casa fez boas e acertadas contratações, a maioria delas dentro do próprio futebol brasileiro, montando um elenco forte e competitivo para a disputa das competições do ano. Foi assim que o time da Gávea conquistou o título de campeão Carioca, Brasileiro e Continental. A força do Flamengo em campo, no entanto, não se deve a nenhum esquema tático especial importado ou algum outro mecanismo que tenha ‘revolucionado” o futebol através do agora endeusado técnico Jorge Jesus, como quer fazer crer a grande imprensa nacional, que tenta impor ao nosso futebol (o melhor do mundo) o modelo burocrático e esquemático de um futebol supostamente mais eficiente e que apresenta “resultados”, o futebol europeu.
É bom lembrar que não faz muito tempo, essa mesma imprensa procurava apresentar como “modelo” para o Brasil, o “robotizado” futebol alemão por conta da vitória desse País, na manipulada Copa de Mundo de 2014.
As conquistas e o futebol espetacular que o rubro-negro carioca apresentou em todo o decorrer da temporada é a expressão da superioridade incontestável do nosso futebol, em primeiro lugar do enorme material humano, da imensa “matéria prima básica”, que resulta na quantidade em escala industrial de craques que surgem por aqui e que desperta a atenção de todo o universo futebolístico mundial. Neste sentido, o técnico Jorge Jesus é nada mais do que um pequeno detalhe na engrenagem que fazem as grandes máquinas funcionarem, sem qualquer destaque especial que mereça ser exaltado. Portanto, o melhor do futebol brasileiro não são as peças importadas, mas o genuíno e autêntico produto nacional, vale dizer, o jogador brasileiro.
E que venham os europeus. Somos mais Flamengo, somos mais o futebol brasileiro, somos mais Brasil.