Se aproxima o 20 de novembro, Dia de Luta do Povo Negro, data onde é celebrada a morte de Zumbi dos Palmares, aquele que, na defesa do povo quilombola, engendrou uma série de derrotas às potências colonizadoras durante a resistência do Quilombo dos Palmares.
Zumbi, já naquela época, levou adiante os métodos corretos de luta contra um regime opressor. Organizou o povo, inclusive militarmente, para reagir à altura os ataques dos escravistas. O quilombo e Zumbi lutaram, com as armas que detinham, até serem derrotados após mais de um século de luta contra os invasores da Europa, até, aproximadamente, em 1710.
Ao contrário do que prega a esquerda pequeno-burguesa, Zumbi dos Palmares não era “identitário”, nem sequer pensou em reagir com paz e amor diante dos ataques e da opressão do regime de escravidão. Ele organizou uma verdadeira revolta negra, que, tempos depois, iria se espalhar pelo Brasil inteiro. Foram centenas as revoltas quilombolas que tentaram se livrar do jugo da escravidão. O negro se organizava, desde aquela época, contra a opressão do regime.
Esse espírito foi levado adiante por todas as revoltas negras brasileiras. Em nenhuma delas se via a política pacifista e adaptada da atual esquerda, que se nega a lutar contra o regime dos golpistas e busca, a todo momento, uma adaptação ao sistema, às regras impostas pela direita.
Essa deve ser a política celebrada no próximo dia 20 de novembro, de organizar o povo negro para se defender dos ataques do regime golpista. Levar adiante a construção de sua organização política e por abaixo o regime dos golpista, a começar pela derrubada de Jair Bolsonaro, o inimigo número 1 dos negros brasileiros.
A direita busca aprofundar os ataques contra o povo enquanto uma resistência, de fato, não é organizada. A maior parte do movimento negro, neste momento, está paralisada pela política de suas direções, que sequer enxergaram o golpe de Estado, sendo que existe toda uma disposição de luta do povo negro contra o regime dos racistas.
Essa disposição precisa ser organizada, precisa colocar em marcha as principais reivindicações do negro, como a dissolução da Polícia Militar, o direito ao armamento do povo, o direito de autodefesa, o direito de organização política, ampla e irrestrita, da população pobre, negra e trabalhadora.
Essa luta deve ser levada adiante com o mote principal do fora Bolsonaro, posto que este cidadão, presidente golpista, é o maior representante da política racista que assola o povo brasileiro. Este governo precisa cair, e será pelas mãos do povo negro organizado, tal como fez Zumbi, tal como fizeram outros tantos militantes negros brasileiros.