Por Izadora Dias
O dia 8 de março é uma data especial para a luta das mulheres, o dia foi oficializado a partir do desenvolvimento da luta das mulheres operárias que começou no dia 8 de Março de 1857, quando trabalhadoras em Nova Iorque iniciaram uma greve que deu origem ao primeiro sindicato de trabalhadoras.
A partir disso, alguns outros movimentos foram acontecendo e algumas tentativas de datas para lembrar a luta das operárias, como por exemplo, a escolha do dia 19 de março em homenagem à Revolução de 1848, no II Congresso Internacional das Mulheres Socialistas, em 1910. Mas foi a partir da Revolução Russa de 1917 que se estabeleceu e passou a ser comemorado no dia 8 de março.
A burguesia nunca mediu esforços para tentar mudar o significado e apagar das comemorações da data a homenagem e apoio a luta política das mulheres trabalhadoras, e se não bastando esse esforço da direita, a esquerda pequeno-burguesa tem se empenhado também em despolitizar, desmobilizar a verdadeira luta política deste dia.
Começo citando a convocação do Sindesep-RJ que está chamando um ato para o dia 9 de março, em plena segunda-feira, alegando que as trabalhadoras têm o direito de ficarem em casa no domingo, descansando. Claro, eu até concordo que as mulheres, responsáveis por tantas tarefas dentro e fora de casa, mereçam descansar, mas quando estamos em um governo de extrema-direita que tem atacado todos os direitos das mulheres e impossibilitado o avanço de novas conquistas, o domingo poderia ser muito bem aproveitado com uma grande mobilização, e como a segunda-feira não é oficialmente o dia da mulher, muitas trabalhadoras não conseguirão participar dos atos, pois terão que trabalhar no dia útil. Em outras cidades os atos estão sendo chamados para o dia 09 ou dia 07.
Outro exemplo de despolitização da data qual faço questão de citar, é a convocação de Manuela D’Ávila (imagem abaixo). Para um desavisado, a hashtag #elasim pode parecer uma campanha genérica em defesa das mulheres e alusão à campanha contra o Bolsonaro, o #elenão. A verdade é que ela não traz nenhuma reivindicação para as mulheres, principalmente as trabalhadoras, trata-se apenas do lançamento da sua campanha eleitoral para a prefeitura de Porto Alegre.
As mulheres devem estar na rua exatamente no dia 8 de Março e homenagear as lutas passadas das operárias lutando pelo Fora Bolsonaro, para derrubar o governo golpista bolsonarista que tem tratorado os direitos trabalhistas conquistados há muitos 8 de março.