Em menos de um ano e o Brasil passa por mais um desastre ambiental de enormes proporções, o derramamento de óleo no litoral nordestino. O vazamento de óleo já se configura como um dos maiores desastres ambientais do País e o maior da região Nordeste.
Já foram contaminados todos os Estados da região e mais de 150 praias, com a retirada de aproximadamente 100 toneladas de óleo das praias realizadas pelas prefeituras e alguns governos Estaduais. São mais de 2 mil quilômetros de litoral em que o ambiente e a população está sendo duramente afetada pela contaminação.
O vazamento de óleo é mais um desastre ambiental de grande escala que foi impulsionado pelo governo ou tiveram os impactos ampliados pelo descaso e omissão. O ano de 2019 foi aberto com o desastre do rompimento da barragem da mineradora Vale, na cidade de Brumadinho/MG, em 25 de janeiro, onde 250 pessoas foram assassinadas devido a política dos capitalistas e que o governo Bolsonaro procurou encobrir e até cogitou “punir” a Vale com a entrega de 6 unidades de conservação federais para administrar realizada pelo Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
Outro fator que chamou a atenção foi o aumento desenfreado do desmatamento da Floresta Amazônica para a grilagem de terras públicas e posteriormente os incêndios criminosos de latifundiários que tiveram um apelo nacional e internacional. E até abriu-se uma discussão do imperialismo intervir na Amazônia.
Assim como nesses desastres, o derramamento de óleo foi completamente negligenciado pelos bolsonaristas dentro do governo. Quando surgiram as primeiras manchas de óleo no litoral de Alagoas e Sergipe, o governo e sua imprensa comprada diminuiu a importância afirmando que era apenas resultado da lavagem de taques de armazenamento de navios petroleiros.
Bolsonaro tentou jogar colocar atacar a Venezuela
Após a contaminação crescer, Bolsonaro começou a atacar e esconder a culpa da omissão do governo. Em uma reunião no Ministério da Defesa realizada para discutir o tema no início deste mês, Bolsonaro afirmou que não era de responsabilidade do governo Federal. “Não é do Brasil, não é responsabilidade nossa”, disse Bolsonaro sobre o vazamento de petróleo.
Prontamente, o governo Bolsonaro tratou de responsabilizar o governo Venezuelano do vazamento afirmando que o petróleo tinha origem no país presidido por Nicolás Maduro. Numa clara tentativa de desviar a atenção e de procurar ainda mais motivos de atacar o governo chavista.
E a partir daí nenhuma medida efetiva para reduzir os danos ou procurar os responsáveis foi realizada, apenas quando ficou evidente a gravidade do desastre houve apenas declarações e visitas desconcertantes do Ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, brincando com paquímetro nas praias.
Desastre é resultado da política de terra arrasada de Bolsonaro
O descaso do governo ficou tão evidente que até mesmo um procurador do Ministério Público Federal de Sergipe diante da omissão do governo Bolsonaro que deixou os estados do Nordeste a sua própria sorte. E outros governos estão tomando as mesmas medidas. Até o momento, as prefeituras foram as maiores responsáveis pela limpeza e descontaminação das praias e animais marinhos. Mas faltam equipamentos adequados.
Um fato importante a se observar é que a nova diretoria bolsonarista que foi colocada na direção da Petrobrás decidiu pelo fechamento de suas bases dos Centros de Defesa Ambiental (CDA’s) em nome de redução de custos. Os CDA’s são bases administradas pela Petrobrás, estrategicamente posicionadas no litoral brasileiro para atuar rapidamente em casos de derramamento de petróleo e seus derivados. Não é por acaso a falta de ações do governo Bolsonaro e o fim dessas unidades de combate ao derramamento de óleo.
Essa omissão do governo não é por acaso, tanto em não conter o derramamento de óleo ou de não procurar os culpados, é resultado da política do governo de cortes no orçamento, privatização da Petrobrás e dos poços de petróleo e na defesa das grandes empresas petrolíferas de países imperialistas.
É um resultado direito da política da direita de privatização da Petrobrás e das riquezas naturais do país em detrimento de toda a população explorada. É mais um sinal de que não é possível conviver com o governo Bolsonaro até 2022, pois até lá pode não sobrar muita coisa.