Nesta terça-feira (24/09), o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) lançou publicou o relatório “Violência Contra os Povos Indígenas”, com informações do ano de 2018. O relatório aponta que cresceram os casos de assassinatos e invasão de terras indígenas, além de paralisação total de todas as demarcações no país.
Os dados apresentam que foram assassinados 135 indígenas, contra 110 em 2017, um grande aumento de 25%. E juntamente com o aumento dos casos de assassinatos, houve aumento de casos de invasão de terras já regulamentadas, ou seja, já passadas por todas as etapas para demarcação, de 96 para 111 (15%).
O ano de 2018 foi de ofensiva dos golpistas que deram mais um passo para a implantação de uma ditadura insidiosa e perseguição dos movimentos de luta pela terra. Isso se deu com o aprofundamento do golpe realizado em 2016, com a prisão de Lula e a impugnação de sua candidatura para levar a presidência da república o fascista Jair Bolsonaro.
Esse fato foi o aval definitivo para um avanço dos latifundiários, mineradoras e grileiros de terra sob as terras indígenas e os povos que vivem e reivindicam essas terras. Não é a toa que o próprio relatório já aponta para os dados em 2019 e um crescimento ainda maior que em 2018 da violência contra os indígenas se comparado o mesmo período de 2018 e 2019.
“Apontam para um aumento alarmante nos casos de invasões possessórias, exploração ilegal de recursos naturais e danos diversos ao patrimônio dos povos indígenas”, diz o relatório. Segundo o relatório foram contabilizados 160 casos deste mesmo tipo em terras indígenas. “Em todo o ano de 2018, o Cimi contabilizou 111 casos de invasão ou exploração ilegal de recursos em 76 terras indígenas diferentes, distribuídas em 13 estados do país, os 160 casos contabilizados até setembro de 2019 afetaram 153 terras indígenas em 19 estados do Brasil”, conclui.
Com a subida de Bolsonaro, os militares e a direita ao poder deixaram os setores da burguesia interessados nas terras indígenas e suas riquezas se sentindo à vontade para atuarem da maneira que acharem necessária para ter acesso a esse imenso território. Não é a toa que estão sofrendo com a explosão da invasão de suas terras por grileiros, madeireiras, mineradoras garimpeiros, incêndios florestais, incêndios nas roças e aldeias, e principalmente os assassinatos.
Os indígenas, assim como outros setores oprimidos da sociedade, correm um grande risco no governo Bolsonaro. As demarcações estão paralisadas e há o risco de territórios já demarcados serem revisados pelos latifundiários. Foi aprovada a utilização pelo latifúndio das terras indígenas e o garimpo segue o mesmo caminho.
Para isso, Bolsonaro e a direita estão implantando uma ditadura do latifúndio contra os indígenas e é preciso de uma reação a altura para impedir assassinatos e invasão das terras indígenas. É preciso armar os indígenas e formar comitês de autodefesa para se proteger e criar grupos para defender as terras indígenas das invasões do latifúndio que tendem a ficar cada vez mais corriqueiras e violentas.
Para reverter essa situação não dá para contar com a justiça e muito menos com governos estrangeiros, principais responsáveis pela situação atual do país. A única maneira de impedir essa ofensiva da direita é lutando nas ruas para derrubar Bolsonaro da presidência.