Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Esquerda confusa

Esquerda e os governos de Frente Popular, o caso de Rui Costa na Bahia

Esquerda pequeno burguesa e burguesa continuam contribuindo com a direita com campanha pedindo fora Rui Costa e comparando com Bolsonaro

Por Renato Farac

 

A situação política no último período vem se agravando dia após dia e está trazendo a tona a confusão da maioria da esquerda diante dos fatos políticos e que não conseguem fazer uma interpretação marxista  de como atuar para derrotar a direita, explorando suas contradições, e sua política de destruição da economia nacional.

É preciso entender o que está ocorrendo, as características de cada governo, sua base de apoio e os acordos entre os partidos para atuar de maneira correta e impulsionar a luta dos trabalhadores.

Um bom exemplo que deixa a esquerda pequeno-burguesa totalmente sem rumo é a gestão do governador petista Rui Costa no estado da Bahia. Rui Costa vem sendo conhecido entre a esquerda como um governador que aplica uma política e medidas que deixariam qualquer governo de direita com inveja.

Escolas militarizadas, privatizações, arrocho salarial e a mais atual, a reforma da previdência (PEC159/20), com a utilização da tropa de choque dentro da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) são exemplos dessa política de aproximação com a direita carlista e de ex-carlistas da Bahia.

 

Governo de Frente Popular

 

Em primeiro lugar é preciso entender o caráter frente populista do governo de Rui Costa. O governo de Rui Costa é a mesma política que vem sendo colocada em prática pelo PT desde sua fundação e que elegeu Lula e os seguidos governos petistas, desde o governo federal até os municípios. São governos classificados como governos de Frente Popular.

As frentes populares é uma coligação governamental entre as organizações dirigentes dos trabalhadores, não apenas de esquerda, mas que possuem uma base real dentro dos setores de trabalhadores da cidade e do campo. Os governos de Frente Popular têm um caráter da colaboração de classes em torno da administração do estado capitalista.

Essa política consiste em subordinar o proletariado à ala esquerda ou progressista da burguesia. Todavia toda a burguesia dos países capitalistas, tanto de direita como de “esquerda”, está impregnada de chauvinismo e de imperialismo.

O governo de Rui Costa na Bahia é um claro exemplo dessa política. É um governo do PT que mobilizou suas bases de trabalhadores, sindicatos e movimentos sociais para as eleições em conluio com a burguesia que comanda a Bahia. A coligação de partidos, incluindo elementos que faziam parte do antigo carlismo e de aproximação até de ACM Neto.

Em geral são governos mais progressistas que um governo da direita, que apenas serve para manter intacta as estruturas fundamentais de um governo burguês em caso de crise ou ascensão dos trabalhadores e das massas exploradas.

O que chama a atenção no governo de frente popular realizado pelo PT na Bahia é que Rui Costa é um elemento muito direitista que se estivesse em um partido ou trocasse o PT por um partido liberal não seria notada muita diferença e passaria despercebido, ao contrário de outros governos encabeçados pelo PT, como Fátima Bezerra que governa o Rio Grande do Norte, que o governo possui as mesmas características de frente popular, mas é um elemento mais esquerdista.

Em geral, os governos de frente popular possuem uma política cheia de contradições. Em geral, os trabalhadores e a população elegem um governo de esquerda e progressista, mas como quem manda no governo é a burguesia que cede em alguns pontos, esses mesmos trabalhadores recebem uma política “de direita”, como está ocorrendo na Bahia. É uma característica da política de conciliação de classes que pode confundir militantes e ativistas da esquerda.

 

Dizer que Rui Costa é igual a Bolsonaro é uma política infantil

 

A esquerda, principalmente Psol e PSTU, aplicam uma política que ajudou a consolidação do golpe que resultou no impeachment de Dilma Roussef. A política de que todos são iguais ou que Rui Costa é igual a Bolsonaro é uma simplificação grotesca e antimarxista, isso porque não leva em considerações as relações do governo e em que situação este chegou ao poder.

É um governo do PT e liderado pelo PT, mesmo em aliança com a direita formada por ex-carlistas. Por possuir um caráter de frente popular, possui em suas fileiras milhares de trabalhadores e a população pobre, que vê no PT uma chance de ter as suas necessidades resolvidas, e que faz parte da base desse governo. Esse fato pode ser visto que no governo do PT em diversas vezes entrou em choque com o imperialismo e a burguesia, por exemplo na política da Petrobrás, Bolsa Família, relações com países como Venezuela, Irã e Cuba entre outros.

 

Pedir o fora Rui Costa é pedir a volta do carlismo ao governo

 

Setores da esquerda oportunista e eleitoreira, como o Psol, vem chamando o fora Rui Costa. Em primeiro lugar deveria ser pensado que governo viria com a derrubada ou saída de Rui Costa. Não está colocado a substituição de Rui Costa por um governador mais a esquerda, inclusive estamos vivendo em momento de golpe onde a extrema direita quer a qualquer custo derrubar governos de esquerda e progressistas. Derrubar Rui Costa vai trazer a volta da direita carlista, como ACM Neto.

 

Política correta é atacar a direita e sua política

 

Toda política de direita e de ataque aos trabalhadores deve ser denunciada, inclusive os elementos que fazem parte desse governo que pertencem a partidos burgueses e de direita. Deve ser denunciado que esse é o setor que faz o governo tomar decisões que atacam os trabalhadores.

Devido a ser um governo do PT, pode dar uma guinada para a esquerda caso a situação mude, não é por acaso que a direita derrubou o governo no PT no âmbito federal. É necessário que haja mobilização da classe operária e do conjunto da esquerda e fazer a política de que o poder deve ser entregue aos trabalhadores e suas organizações operárias e de camponeses. Tem que ficar claro que todo o governo no sistema capitalista pertence a burguesia em maior ou menor grau, e que somente vai ceder se houver mobilização dos trabalhadores.

Na luta política uma das coisas mais valiosas de qualquer organização marxista e revolucionária é diferenciar pessoas, partidos e políticas. Até Fernando Henrique Cardoso é diferente de Bolsonaro e existem inúmeras contradições entre eles. E toda política revolucionária é com base em explorar essas contradições para o avanço no sentido da revolução proletária.

Dizer e propagandear Rui Costa é igual a Bolsonaro é um pretexto para setores oportunistas somente atacar o governo do PT, sem fazer uma verdadeira luta contra os ataques a classe trabalhadora e muito menos contra a direita.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.