Quando o assunto é Amazônia, os países imperialistas afiam sua retórica para demandar ao governo Brasileiro a entrega ao seu controle esta que é a maior reserva florestal do planeta.
Governos que devastaram recursos naturais nos cinco continentes, promovem guerras e massacram populações, detonaram ogivas nucleares e tornaram inabitáveis áreas inteiras do mundo, tentam passar a imagem de benevolentes, acusando o Brasil de ser incapaz de preservar suas florestas. E não é raro que uma parte da esquerda pequeno-burguesa, acostumada com a profissão de “oposição parlamentar”, faça coro junto com o imperialismo e contra a soberania nacional.
Na região da Volta Grande do Xingu, sudeste do Pará, os habitantes já sofrem, desde 2011, as consequências da implementação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Para eles, a construção não resultou em melhorias na qualidade de vida. O represamento do rio provoca inundações em regiões habitadas ou utilizadas por moradores dependentes da caça e da pesca, o que deixou centenas de moradores desabrigados e expulsou outros. Os índices de violência na região agora estão entre os mais altos do Brasil.
Isso ocorre porque uma leva de 70 mil pessoas vieram para Altamira durante a construção de Belo Monte, quase dobrando o tamanho desta população. Estas pessoas vieram para tentar trabalho na construção da represa ou na economia informal que giraria em torno da obra. Com o fim da construção, muitas se estabeleceram lá, sem conseguirem ser absorvidas pelo mercado de trabalho, numa região onde o poder público já presta serviços extremamente precários.
A mesma região está sofrendo agora com a chegada da mineradora canadense Belo Sun, que objetiva instalar o maior projeto de extração mineral a céu aberto no Brasil. O plano é extrair cinco vezes mais minério do que a antiga Serra Pelada, abrindo duas cavas de 220 metros de profundidade, às margens do rio.
Embora o projeto esteja embargado, aguardando negociações, as comunidades locais denunciam que a Belo Sun já está realizando trabalhos no local, o que provocou a evasão de pelo menos metade da população. Cerca de 500 famílias já saíram da região, tentando vender seus barracos às pressas e se mudando logo, com medo de serem removidas de surpresa e para regiões inadequadas.
Os estrangeiros não têm interesse em preservar as terras amazônicas. Querem apenas liberdade total para explorar seus recursos, da maneira rápida e predatória que o capitalismo em crise exige, na tentativa de compensar o esfriamento da economia mundial.