Nesta quinta-feira (29), foi apresentada uma comissão promotora registrada perante o Estado colombiano, que deu início à coleta de assinaturas para a constituição de um referendo revogatório contra o presidente, Iván Duque. Essa iniciativa, liderada pelo presidente da Comissão da Paz do Senado, Roy Barreras, expressa a forte tendência de luta pela derrubada do governo terrorista e sanguinário da extrema-direita.
Apesar de ser uma medida bastante tímida, uma vez que busca uma saída institucional para o problema, mostra que existe um clima dentro da população pelo Fora Duque, que a esquerda colombiana deveria ter impulsionado desde antes das eleições.
A proposta do referendo de Barreras é a criação de um dispositivo na lei que permita a revogação de um mandato presidencial. É democrático que um povo disponha de meios para destituir um presidente, porém sem uma mudança estrutural profunda, onde os trabalhadores controlem o Estado, esse mecanismo se tornaria uma arma da burguesia contra governos de esquerda como vemos nos golpes por toda América Latina.
O referendo proposto prevê também uma série de direitos e benefícios que garantam as condições mínimas de vida para toda população colombiana, a qual está sendo jogada na miséria total, morrendo pela fome e pelo coronavírus. A comissão liderada pelo senador propõe, entre outras garantias, uma pensão mínima vital para todo povo colombiano sem restrições.
Assim como Bolsonaro, o governo de Iván Duque adota medidas neoliberais que resultam na deterioração das condições de vida, no desemprego, na destruição dos serviços oferecidos a população, na desindustrialização e, portanto, na destruição econômica do país em favor dos interesses do imperialismo.
É importante compreender que o governo Duque na Colômbia busca instaurar uma ditadura no país que avança contra o direito da população se manifestar nas ruas. E promove um banho de sangue contra as lideranças populares, são mais de mil de assassinatos do governo contra camponeses, ativistas dos direitos humanos, ambientalistas, indígenas, lideranças sindicais e ex-guerrilheiros.
Não há saída institucional para os ataques do governo de extrema-direita contra a população colombiana. É preciso que as organizações e movimentos populares convoquem o povo para ocupar as ruas e assim construir uma mobilização gigantesca e poderosa que seja capaz de pôr fim a ditatura que avança para garantir os direitos de todo povo.