Neste sábado, 1º de maio, dia do trabalhador, um dia de luta diante do aumento da exploração do trabalho e violência patronal contra os trabalhadores, milhares de colombianos de várias cidades do país (Bogotá, Cali, Medellín, Barranquilla e Cartagena) foram às ruas, onde estão protestando há vários dias contra os desmandos do governo neoliberal de extrema-direita de Iván Duque, o “Bolsonaro” da Colômbia que tem todo apoio do imperialismo americano.
O governo de Iván Duque apresentou em meados de abril um projeto de reforma tributária ao Congresso. Após toda essa mobilização popular, na qual houve tumultos, fechamentos de estradas e a costumeira repressão violenta da polícia, no domingo (2) o presidente pediu ao Congresso a retirada do projeto, anunciando a intenção de propor outro de consenso.
“Peço ao Congresso da República que retire o projeto apresentado pelo Ministério da Fazenda e trate com urgência um novo projeto por consenso e, assim, evite incertezas financeiras”, disse o representante do imperialismo na Colômbia e da Casa de Nariño (sede do governo colombiano, que fora construído no prédio da casa de Antônio Nariño, um dos líderes da independência colombiana).
O Ministro da Fazenda renunciou nessa terça, 4. Para Duque, a reforma “não é um capricho, é uma necessidade”, a mesma desculpa que todos os neoliberais utilizam para salvar o capitalismo e pôr a população para pagar a dívida da crise com fome, desemprego e muitas privatizações, ou seja, entrega do patrimônio nacional para os parasitas do capitalismo, prometendo responsabilidade fiscal para manter ou criar programas sociais, uma promessa farsante, pois o que acontece é justamente o contrário: fim ou redução drástica dos programas sociais, como está ocorrendo no Brasil do outro presidente fascista Bolsonaro. Mesmo com a promessa de Duque de rever o projeto na sexta-feira, o povo continuou nas ruas.
O projeto previa a taxação de bens e serviços, o que prejudicaria e empobreceria a classe média e a maioria da população. As políticas neoliberais cortam gastos nos setores essenciais para o desenvolvimento do país, como educação, saúde, transporte e infraestrutura, deixando as reservas econômicas apenas para pagar a dívida externa com os bancos, os quais não proporcionam emprego e continuam desempregando seus funcionários e cobrando juros extorsivos da população.
A reação do governo foi típica da burguesia contra o povo. Houve nas redes sociais muitas denúncias de violência policial e execução de manifestantes, a ponto de o escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Genebra) ter reagido formalmente. Marta Hurtado, porta-voz do Alto Comissariado, condenando a violência policial, fez a seguinte declaração:
Estamos profundamente alarmados pelos acontecimentos ocorridos na cidade de Cali, na Colômbia, na noite passada, quando a polícia abriu fogo contra os manifestantes que protestavam contra a reforma tributária, matando e ferindo várias pessoas, segundo a informação recebida
O escritório na Colômbia está atento para as próximas manifestações marcadas para hoje. Já morreram 18 civis e um policial nesses protestos, segundo o balanço da Defensoria do Povo. O Ministério da Defesa divulgou que, desde o início dos protestos, em 28 de abril, 846 pessoas ficaram feridas, entre as quais 306 civis. Esse massacre pode se estender a outros países governados pela direita se nada for feito, pois o projeto de ataque ao continente sul-americano continua em marcha.
A violência aplicada pela burguesia sul-americana vassala do imperialismo na Colômbia não dá trégua. A burguesia continua atacando os líderes populares, os ambientalistas e todo o ativismo político, em nome de um projeto neoliberal que só leva a população para a fome, desemprego e morte.
Depois que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) selaram um acordo de Paz com o governo, mais de mil líderes sociais foram mortos. A organização paramilitar deixou as armas, cumpriu o acordo, mas a violência do Estado burguês continua. Desde 2016, ano do acordo, 227 ex-combatentes foram mortos e 1008 lideranças sociais também perderam suas vidas. Em 2020 foram mais de 60 massacres. Essa guerra contra o povo já vitimou mais de 260 mil pessoas.
As manifestações na Colômbia pelo Fora Duque e outros países da América Latina, como o Brasil, é fruto da política desastrosa e perversa do neoliberalismo, uma política econômica decadente do já caquético capitalismo, no qual as forças produtivas estão aprisionadas pelas carcomidas relações de produção. Para salvar a população latino-americana desse sofrimento, dessa crise sanitária, é preciso organizar todas as entidades populares, partidos, associações e sindicatos para a luta do povo e pedir o fim desses governos reacionários e pró-imperialistas que assolam a América e todos os países em desenvolvimento, do contrário o genocídio através da falta proposital de vacinação e a violência praticada pelos seus órgãos repressores aumentará a cada dia.