A Colômbia é, já há algum tempo, uma colônia do imperialismo norteamericano, um estado fantoche. Não que o Brasil também não o tenha sido e não o seja, entretanto, nosso vizinho demonstra um aprofundamento ainda maior da situação.
Assim como no Brasil, a Colômbia tem uma situação agrária onde latifundiários exercem papel de dominação extrema, impondo sua vontade tanto pela cooptação do Estado quanto pelo assassinato de opositores. Segundo a ONG inglesa Global Witness, o país latino liderou o número de assassinatos a defensores do meio-ambiente e da terra em 2019.
De 212 ambientalistas assinados em 2019, 64 eram colombianos. O único país com valor próximo a este foram as Filipinas, com 43 assassinatos (aumento de quase 50% em relação a 2018). O que ambos os países têm em comum são os governos de extrema-direita e bastante subservientes ao imperialismo e às oligarquias locais, em sua maioria vinculadas ao latifúndio.
Em 2020, mais de 50 indígenas colombianos já foram assassinados pela extrema-direita, uma granada já foi jogada contra a sede indígena e nem mesmo crianças e adolescentes, como aconteceu com um jovem de 15 anos. Isto mostra que a Colômbia vive uma violentíssima ditadura a serviço dos poderosos.
Mas não apenas indígenas, ambientalistas e povos tradicionais são atacados pelos fantoches dos EUA, mas também a oposição. Nos últimos tempos, ex-integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que baixaram suas armas e tentaram se integrar ao regime “democrático”, vêm sendo perseguidos e assassinados por apoiadores do governo. Por isto, mostra-se um ato de extrema ingenuidade achar que os governos fascistas cumprirão todo e qualquer acordo. Pelo contrário, assim que as oposições estiverem desarmadas, desmobilizadas, logo implantarão ataques sucessivos contra estas.
As recentes ações imperialistas na América Latina mostram que os monopólios estão aprofundando o fechamento dos regimes ditatoriais. As populações da Colômbia, do Brasil, do Equador e da Bolívia vivem um verdadeiro terror na mão da extrema-direita. Há também uma intensa movimentação imperialista para uso destes países contra a Venezuela, um dos poucos focos de resistência aos imperialistas na região. Portanto, é necessário que as organizações de esquerda do continente se unifiquem em torno deste problema e expulsem, através da mobilização popular, a extrema-direita do poder. É chegada a hora de dar um basta nesta situação, antes que a população esteja sem qualquer capacidade de reação.