No período entre 2016-2019, foram assassinados 555 lideranças sociais na Colômbia, segundo informou o Defensor do Povo, Carlos Negret, nesta terça (14). No ano de 2016, foram assassinados 118 lideranças. No ano seguinte, a cifra subiu para 126 mortes. Em 2018, verificou-se um aumento ainda maior para para 178 e para 2019 uma ligeira queda para 133 lideranças assassinadas.
Sindicalistas, estudantes, lideranças femininas, militantes políticos, membros do partido político Força Alternativa Revolucionária do Comum (FARC) e lideranças camponesas compõem o quadro do número total de assassinatos. A violência é claramente direcionada contra a esquerda colombiana e os movimentos sociais e há destaque para a participação direta das forças de repressão do Estado. Outra face da violência política é ação das milícias paramilitares montadas pela burguesia rural para defender seus interesses, com total cumplicidade e apoio do aparelho de Estado.
A Colômbia é uma verdadeira ditadura da direita, que há décadas implementa uma política de terror contra os movimentos sociais, particularmente no campo. O pretexto utilizado sempre foi a segurança nacional e a necessidade de combater as guerrilhas. Contudo, após a finalização dos acordos de paz com as FARC e sua transformação em um partido político legal, o que se seguiu não foi a diminuição, mas o avanço dos assassinatos políticos contra seus membros, simpatizantes e candidatos às eleições.
Os Estados Unidos mantém cinco bases militares em território colombiano e possuem grande influência em todo o aparelho de repressão estatal, na polícia e nas Forças Armadas, a qual financiam. Os serviços de inteligência americanos atuam sem nenhuma restrição em todo o território do país. O governo de extrema-direita de Iván Duque, expressão política dos interesses da burguesia, é profundamente submisso às ordens do imperialismo e, inclusive, tornou o país membro da Organização Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
A violência sistemática contra a esquerda é uma política de Estado que visa impedir a reação popular à política implementada pelo imperialismo no país. Atualmente, a Colômbia é praticamente uma colônia dos Estados Unidos.