Nesta sexta-feira (09), organizações sociais denunciaram o assassinato de mais uma liderança dos movimentos populares na Colômbia. O líder indígena Euliquio Pascal Rodríguez foi vítima de ação de milícias paramilitares de extrema-direita.
Euliquio pertencia à Guarda da Reserva Indígena “La Brava”, localizada na zona rural do município de Tumaco, estado colombiano de Nariño. De acordo com a versão do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e pela Paz (Indepaz), o líder indígena chegou à sua residência às 07h e se deparou com homens armados que o esperavam. Em seguida, estes últimos dispararam tiros de armas de fogo contra Euliquio.
A comunidade buscou socorrer Euliquio, que não resistiu e faleceu no local. Seu corpo foi transportado para Caunapí para ser velado.
A Colômbia soma 225 assassinatos políticos no decorrer deste ano, com uma média de 1 militante, ativista ou liderança política da esquerda assassinada por dia. Cerca de 66 massacres já foram cometidos no país, 15 cometidos no departamento de Antioquia. Entre os anos de 2016 e 2019, 555 lideranças políticas foram assassinadas na Colômbia.
O aparelho de repressão colombiano, comandado por Ivan Duque, sob influência direta dos Estados Unidos, é responsável pela implementação de uma política de extermínio da esquerda. Mais de 200 ex-guerrilheiros foram mortos pelas forças de repressão ou pelas milícias de extrema-direita.
A antiga guerrilha transformou-se no partido político Força Alternativa Revolucionária do Comum (FARC). É o maior e mais influente partido da esquerda colombiana, com uma ampla base social e herdeiro de seis décadas de confronto armado com o Estado. Desde que os acordos de paz foram assinados entre os dirigentes das FARC e as autoridades governamentais, que resultou na deposição das armas da guerrilha, um verdadeiro massacre contra seus militantes, dirigentes e apoiadores é levado adiante.
Recentemente, militares do Exército dos Estados Unidos receberam autorização legislativa para realizar operações em território colombiano. O país sul-americano, vizinho da Venezuela, é um dos principais pontos de apoio da política do imperialismo norte-americano no cone sul. Não é segredo que os Estados Unidos se utiliza do território colombiano para conspirações golpistas contra o governo bolivariano da Venezuela, desde a época de Hugo Chávez.
A Colômbia é governada sob um regime de terror imposto à população, que se expressa na perseguição e assassinato da esquerda e dos movimentos sociais. O governo Ivan Duque (partido Centro Democrático) e o Exército colombiano são apoiados diretamente pelo imperialismo norte-americano, que mantém um regime militar com fachada constitucional no país.