Quarta-feira (4), a Colômbia teve sua terceira Greve Geral em duas semanas, com grandes protestos em todas as grandes cidades do país. O governo admite que houve protestos em pelo menos 300 cidades. A Greve Geral foi chamada pela CUT colombiana e por entidades estudantis, mostrando a participação de diversos setores da população nas manifestações, e a entrada da classe operária nos embates contra o governo colombiano.
Iván Duque, o presidente de extrema-direita da Colômbia, herdeiro político do sanguinário Álvaro Uribe, está procurando conter as manifestações por meio de manobras políticas, como fez Lenín Moreno no Equador. Duque está propondo o que ele chama de um grande “diálogo nacional” para discutir os problemas sociais e políticos do país com as lideranças do movimento que está nas ruas. Foi assim que o governo tentou impedir a terceira paralisação nacional provocada pela Greve Geral de quarta-feira. O efeito, porém, foi nulo, e o país parou mais uma vez.
Os manifestantes exigem que Duque abandone as reformas trabalhista e previdenciária que pretende aprovar contra os interesses dos trabalhadores. E demandam, também, a retomada dos acordos de paz com as FARC feitos no governo anterior, que Duque suspendeu unilateralmente. Apesar de os acordos serem na verdade uma armadilha para as FARC, a posição colocada nas ruas não deixa de expressar um apoio às FARC contra o massacre de ex-guerrilheiros que vem sendo promovido pela extrema-direita.
As manifestações na Colômbia marcam a chegada da onda antineoliberal em um país que se tornou um enclave do imperialismo na América do Sul. Esse dado mostra a proporção da crise do domínio imperialista no mundo, ao mesmo tempo em que anuncia o perigo de uma política extremamente agressiva do imperialismo em toda a região. No Chile e no Equador a direita já mostrou que não pretende ceder nenhum terreno diante da mobilização popular. Na Bolívia o processo andou mais rapidamente, e a situação já pode ser caracterizada como uma ditadura militar clássica, com tanques nas ruas e prisões sob a acusação de “terrorismo” e “sedição”, além de perseguição política generalizada, torturas e assassinatos.
O que está colocado, portanto, é um embate violento entre as massas e o imperialismo em toda a América Latina no próximo período. No Brasil, é preciso preparar os trabalhadores para esse enfrentamento com a direita golpista, constituir grupos de autodefesa e mobilizar os trabalhadores pelo Fora Bolsonaro!