Durante as últimas semanas a crise política na Venezuela tem se acentuado em decorrência do aumento da política de provocação por parte do imperialismo norte-americano contra o governo legítimo de Nícolas Maduro. Desde a eleição de Maduro para um novo mandato, a oposição golpista, juntamente com os EUA e os países europeus vem fechando o cerco contra o governo. Para tentar desestabilizar o país, dentre outras medidas, o imperialismo “elegeu” de maneira fraudulenta um presidente capacho aos seus interesses. Juan Guaidó, deputado da Assembleia Nacional venezuelana pelo partido de extrema-direita Vontade Popular, se declarou presidente com o voto de Donald Trump, ou seja, sem ter recebido qualquer voto popular.
Uma ação claramente golpista e farsesca do imperialismo, o qual se especializou nesse tipo de manobra política nos últimos anos, vide, por exemplo, o caso brasileiro, no qual um presidente também capacho dos norte-americanos, Jair Bolsonaro, foi eleito por meio da fraude, após a exclusão arbitrária e ditatorial do principal candidato popular, o ex-presidente Lula.
Com apoio de Guaidó, os norte-americanos vem intensificando a operação golpista na Venezuela, utilizando como pretexto a chamada “ajuda humanitária”. Trata-se de mais uma política cínica e fajuta, em primeiro lugar porque a Venezuela está sendo alvo de uma política criminosa de bloqueio econômico por parte do imperialismo. Nesse sentido, a chamada “crise humanitária” na Venezuela, se é que ela existe da forma como é apresentada, é uma crise artificial provocada pelos grandes monopólios, os banqueiros e capitalistas por meio do bloqueio comercial do país, tendo como objetivo a desestabilização do governo.
Em segundo lugar, o verdadeiro significado da “ajuda humanitária” dos norte-americanos é a intervenção militar na Venezuela, ou seja, o assalto em larga escala de um país e um povo pobre e oprimido.
Um exemplo da farsa dessa campanha é a denuncia por parte do governo Maduro de que caminhões com suprimentos enviados pelos EUA a Venezuela estavam, na realidade, carregados de comida estragada. Tendo como desculpa a ajuda humanitária, os norte-americanos podem também enviar armas camufladas para os grupos da oposição golpista, atuando da mesma maneira que atuaram contra a Revolução Sandinista na Nicarágua.
Contra essa ofensiva imperialista, o governo chavista de Nícolas Maduro conta com o apoio da população pobre e trabalhadora organizada nos chamados “coletivos”. Organizados desde a tentativa do golpe de estado contra Hugo Chavez em 2002, os coletivos são milicias armadas de trabalhadores organizadas nos bairros populares. Um dos mais famosos coletivos venezuelanos é o coletivo com atuação no bairro “23 de enero”, um dos maiores bairros populares de Caracas.
Os trabalhadores do bairro, de armas na mão, estabelecem a própria segurança do local e estão organizados para enfrentar e expulsar qualquer tipo de invasão estrangeira à Venezuela.
Nesse sentido é necessário apoiar a luta dos trabalhadores e do governo venezuelano contra a ofensiva imperialista. É preciso se colocar abertamente contra o golpe de estado na Venezuela e a intervenção militar norte-americana. As organizações de esquerda da América Latina devem mobilizar a classe trabalhadora latino-americana em defesa da soberania venezuelana. É preciso levantar a palavra de ordem de “Fora imperialismo da Venezuela”!