Coletivos de esquerda da Sociedade Esportiva Palmeiras, se uniram para redigir uma carta ao presidente do time, Maurício Precivalle Galiotte, exigindo que se posicionem contra qualquer tipo de utilização de imagem, que possa vir do presidente fascista, Jair Bolsonaro (sem partido).
A atual etapa de crise do Golpe de Estado, precisa tomar um caráter popular. E é na esteira das mobilizações que começam a explodir pelo país, frente as greves dos professores e de outros setores, que os torcedores necessitam – urgentemente – se posicionarem. É preciso tomar às ruas de forma organizada, com responsabilidade, mas, acima de tudo, fazer reuniões entre as torcidas para tirar um calendário de lutas que derrube todos os golpistas.
Segue a carta na íntegra:
“Carta aberta ao presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras, senhor Maurício Precivalle Galiotte
Nós, torcedores palmeirenses que assinamos esta carta, exortamos o presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras, senhor Maurício Precivalle Galiotte, a não endossar qualquer tipo de ação que coloque o clube sob o jugo de ações populistas e oportunistas por parte do presidente da República, Jair Bolsonaro, na ocasião da grande final da Copa Libertadores da América da presente temporada.
30 de janeiro de 2021 já é um dia histórico para nós, palmeirenses. Uma das mais importantes decisões que jogaremos em nossa trajetória centenária de lutas e glórias defendendo as cores de um só clube: o Palmeiras. Ao mesmo tempo, no momento em que redigimos este documento, o país chora a morte de mais de 211 mil brasileiros, vitimados pelo Covid-19, mas também pela negligência e pelo negacionismo do Estado no combate à pandemia que assola o planeta.
Por isso, manifestamos preocupação com a possibilidade de nosso clube ter a sua imagem novamente associada, em um momento grandioso de nossa história, a um governo denunciado internacionalmente por seus ataques sistemáticos aos direitos humanos, pela devastação deliberada do meio ambiente e por seu comportamento genocida diante de um dos períodos mais difíceis da história do Brasil.
Além de ser tratado como pária internacional, devido aos motivos supracitados e também à péssima condução das relações internacionais, criando animosidade e hostilidades inclusive com países vizinhos aqui na América do Sul, algo que em nada interessa ao Palmeiras, o presidente tem a fama de “vira-casaca” e “torcedor misto”, ao aparecer batendo no peito e envergando a camisa de dezenas de clubes – incluindo nossos rivais, inclusive o rival que disputa a final da Libertadores contra o Palmeiras.
Preocupados com a reputação do clube diante desta possibilidade e solidários ao luto de milhares de palmeirenses que perderam familiares e amigos durante a pandemia, exortamos que o Palmeiras não se preste ao papel de pedestal para aquele que, além de não demonstrar nenhum vínculo afetivo real com o nosso clube ao vestir tantas camisas, comete atrocidade ao fazer chacota com a dor dos brasileiros que choram seus mortos na pandemia.
É neste cenário que disputaremos a final do campeonato mais importante do continente e é pela grandeza do clube que expressamos nosso ponto de vista, conclamando a diretoria do clube a levar em consideração a opinião dos que subscrevem esta carta, sempre em defesa de um Palmeiras democrático, humano e inclusivo. Um Palmeiras de todos e para todos.
Assinaturas:
Porcomunas
Palmeiras Antifascista
PorcoÍris
Palmeiras Livre
Usparmera
Palestra Sinistro”