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Ditadura

Clube Militar deixa claro: não querem Lula de jeito nenhum

Militares falam até em golpe se for para impedir que Lula seja candidato

Com a devolução dos direitos políticos do ex-presidente Lula, após a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), a repercussão da possibilidade de Lula voltar a ser candidato à presidência gerou respostas de diversos setores golpistas. Um dos principais, os militares, vieram a tona deixar claro que não aceitam que Lula possa continuar livre e ser candidato.

Em documento intitulado “Lugar de ladrão é na cadeia”, o presidente do Clube Militar, o general Eduardo José Barbosa, respondeu em nome dos reservistas a posição dos militares a respeito da devolução dos direitos de Lula. A organização em questão é composta por reservistas do Exército brasileiro e é geralmente utilizada para se posicionar politicamente sobre temas dos quais os generais da ativa não tem possibilidade de falar.

Dessa maneira, o recado “não oficial” do Exército é claro: se depender dos militares, Lula não será candidato. O general Barbosa ainda afirma que “toda a comunidade criminosa do país e seus aliados mundo afora devem estar festejando a vitória do banditismo”.

Vale lembrar, que o mesmo tornou-se presidente do Clube Militar em uma chapa com Hamilton Mourão, antes deste tornar-se membro da chapa presidencial com Bolsonaro. Barbosa também já estudou com o próprio presidente fascista e foi um dos apoiadores de sua campanha em 2018.

Outro ponto fundamental da posição dos militares, está em um artigo no sítio do Clube Militar, onde outro general, Luiz Eduardo Rocha Paiva, fala da possibilidade de uma ruptura e um golpe militar. Para o general “a nefasta decisão do Ministro Fachin, livrando Lula de suas condenações foi uma bofetada na cara (desculpem a expressão) da Nação Brasileira”.

Por fim, Paiva ainda complementa que:

“O STF feriu de morte o equilíbrio dos Poderes, um dos pilares do regime democrático e da paz política e social. A continuar esse rumo, chegaremos ao ponto de ruptura institucional e, nessa hora, as Forças Armadas serão chamadas pelos próprios Poderes da União, como reza a Constituição.”

Todas estas declarações reafirmam o caráter ditatorial do regime golpista e da real política do alto escalão do exército brasileiro. Para impedir que Lula seja candidato, que o regime golpista seja posto abaixo, os militares estão dispostos a fazer qualquer coisa, mesmo que isso resulte a implementação de uma ditadura aberta.

Nesse mesmo sentido, os oficiais do Exército brasileiro, segundo reportagem do jornal O Estado de São Paulo, decidiram, em meio a polarização no interior da organização, precaver-se antes de se pronunciarem oficialmente.

Após a revelação no livro do ex-comandante das Forças Armadas, o general da reserva Eduardo Villas Bôas – que mostra a ação dos militares em 2018 ameaçando o STF caso não mantivessem a prisão de Lula – abriu-se uma crise em torno das instituições e do próprio Exército. Por isso, os generais da ativa decidiram se precaver. Evitando um maior foco de crise, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz declarou que “são tempos diferentes”, e falou em controlar os “extremos” dentro da própria organização.

Se por um lado os oficiais amenizaram suas posições, outros reservistas saíram a público para declarar que a decisão seria um atentado as instituições. Sérgio Etchegoyen, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional do governo golpista de Temer, declarou que as pessoas estariam “indignadas” e “chocadas” com a devolução dos direitos políticos de Lula. Além disso, ele pontuou de maneira cínica:

“Por que essa decisão monocrática que se sobrepõe a dois tribunais colegiados não é um risco à democracia? Ou é um risco para a democracia só quando um general fala?”

É preciso considerar que os militares do alto escalão das Forças Armadas são um dos setores sociais de maior confiança da burguesia, a nata da burocracia estatal, o último bastião da ordem capitalista. Portanto, estas declarações não são meros discursos, mas sim expressões das políticas presentes no seio da burguesia e de quais cartas ele mantém na mesa. O caso mostra que o regime golpista, ao mesmo tempo que foi muito pressionado a conceder os direitos de Lula, também comporta a tendência a se fechar cada vez mais. Os militares golpistas, ao ameaçarem com o golpe, estão preparando o terreno para caso uma ação muito mais ditatorial seja necessária no próximo período.

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