O vale tudo na reta final das eleições mais fraudulentas de todos os tempos vem se intensificando dramaticamente. A direita e seus representantes, totalmente desmoralizados e com altas taxas de rejeição da população, protagonizam cenas do mais completo desespero, buscando algum bote salva-vidas que lhes garanta um oxigênio adicional diante do iminente naufrágio de suas candidaturas.
Uma das retóricas mais agressivas no espetáculo circense eleitoral vem sendo verbalizada pelo candidato do PDT, o camaleão Ciro Gomes, que, sabe-se lá porque – ou por razões que só ele mesmo poderia explicar – se apresenta ao pleito como candidato de “centro-esquerda”. Se houvesse um mínimo de seriedade e rigor nesta verdadeira torre de babel em que as eleições foram transformadas pelas instituições golpistas, Ciro Gomes deveria ser processado por estelionato político-ideológico, pois seu programa e seu plano de governo estão há anos luz de distância de um governo que se pretenda de centro-esquerda. A candidatura de Ciro Gomes é, neste sentido, mais uma farsa grotesca, somando-se ao conjunto das outras que buscam se legitimar diante das ilegalidades, abusos e arbitrariedades impostas pelo judiciário golpista aos partidos e candidatos.
Com a aproximação do momento mais crucial e decisivo do pleito, Ciro Gomes vem intensificando seus ataques contra o candidato que julga ser o seu principal concorrente, o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad, candidato substituto do ex-presidente Lula. Haddad, por ter sido homologado como o substituto do ex-presidente vem colhendo os benefícios da transferência de parte dos votos de Lula, o que levou a que – em algumas pesquisas – apareça na frente do candidato “falastrão de centro-esquerda”, assumindo a segunda posição.
Isso parece ter despertado a ira do “nordestino cabra macho” do PDT, que decidiu partir para o tudo ou nada e passou a atacar também o governo do ex-presidente Lula, com acusações ao melhor estilo dos tucanos e da famigerada e persecutória ‘Lava Jato”, operação inquisitorial de perseguição à esquerda, que Ciro Gomes – não nos esqueçamos – nunca perde a oportunidade de elogiar.
Na segunda-feira, dia 17, participando de um programa de entrevista na mais golpista das emissoras nacionais, a Rede Globo, Ciro Gomes foi entrevistado pela âncora do Jornal da Globo, a pérfida Renata Lo Prete sobre a relação dele (Ciro) com o ex-presidente Lula. Declarando-se “amigo” do ex-presidente, o candidato do PDT não poupou o “amigo” das mesmas acusações que vêm sendo dirigidas a Lula por todos os seus inimigos e que serviram de esteio para a maior campanha de calúnias a que um ex-chefe de Estado já esteve submetido no País. Ciro afirmou durante a entrevista que Lula tinha pleno conhecimento do “esquema de corrupção na Petrobrás”, atacando frontalmente o ex-presidente, para delírio da entrevistadora golpista.
“No mensalão, eu estava lá [no governo, como ministro]. De fato, ele não sabia. Eu tenho razões genuínas para acreditar que, de fato, ele falou a verdade quando disse que não sabia. No ‘petrolão’, não dá. No ‘petrolão’, simplesmente não dá porque não é que ele sabia que as pessoas estavam roubando, mas ele sabia que as pessoas estavam procurando as indicações para roubar. Isso aí, infelizmente, eu por exemplo falei pra ele várias vezes do Sérgio Machado [ex-presidente da Transpetro]” (G1, 18/09), disparou o muy “amigo” Ciro sobre o ex-presidente.
A verdade que precisa ser dita, sem tergiversações e sem meias palavras é que candidatura e a campanha de Ciro Gomes está alinhada às demais candidaturas golpistas, embora em sua retórica o camaleão Ciro ensaie críticas (sempre muito vagas) ao golpe de 2016 que derrubou a presidente Dilma Rousseff. Setores de esquerda, inclusive do próprio PT, o enxergam como um aliado, um representante das “forças progressistas”, que poderia compor no “campo da esquerda”. O que se opõe ao que foi dito pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, quando alguns setores da esquerda “namoravam” Ciro como um possível “plano B” para substituir Lula: ö Partido não apoiará Ciro Gomes nem com reza brava”.
Segundo Ciro, ele e Lula são amigos “há mais de 30 anos” e o ex-presidente, que está preso em Curitiba após ser condenado, sem provas, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, “nem é satanás, como os coxinhas e os radicais de direita no Brasil, querem fazer [parecer], e nem é esse deus que certa fração religiosa radicalizada do PT quer, também, transformar”.
Logo depois, Ciro Gomes foi questionado sobre as responsabilidades que, para ele, Lula teve nos escândalos do mensalão do PT e na Petrobras. Segundo o candidato do PDT, o ex-presidente “não sabia” do esquema de compras de voto em seu governo, mas sabia que os partidos políticos buscavam indicações na Petrobras “para roubar”