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Aonde vai a esquerda?

Ciro Gomes, Haddad, Rui Costa, Dino: como se arma o jogo dos golpistas

Aspirando à presidência da República, Ciro Gomes atacou jornalistas da esquerda, Haddad criticou Dilma, Flávio Dino quer novo julgamento para Lula e Costa, que o PT esqueça Lula.

O governo Bolsonaro se encontra em uma crise cada vez mais profunda. A Operação Lava Jato, que é um dos principais pilares do bolsonarismo, se encontra aparentemente esgotada, a crise na Amazônia desmoralizou ainda mais o governo brasileiro perante o imperialismo europeu e nem mesmo seu partido – o PSL – conseguiu estabelecer uma unidade em seu apoio. Esse cenário poderia levar à conclusão precipitada de que a burguesia está decidida a abandonar o governo Bolsonaro. Seria essa, então, a oportunidade para que algum político da esquerda nacional viesse a governar o país?

Ciro Ferreira Gomes (PDT)

Nos últimos dias, Ciro Gomes (PDT), que pretende concorrer às eleições presidenciais de 2022, voltou a ser um dos principais assuntos comentados na política nacional. Em entrevista recente ao portal UOL, Gomes declarou que Paulo Moreira Leite, do portal Brasil 247, e Kiko Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, teriam sido banidos das empresas em que trabalhavam por praticarem corrupção e que hoje seriam sustentados pelas “migalhas do mensalão e do petrolão”. Além disso, o pedetista saiu em defesa das Forças Armadas e da direitista Marina Silva.

Flávio Dino (PCdoB-MA)

Junto com Ciro Gomes, Flávio Dino foi um dos primeiros a declarar seu interesse em concorrer às próximas eleições presidenciais. Dino informou sua pretensão no início do ano, no mesmo momento em que a Venezuela estava sofrendo uma tentativa de invasão por parte do imperialismo norte-americano. Em suas últimas entrevistas, Flávio Dino revelou que Lula, perseguido pela direita há mais de cinco anos, deveria ser julgado novamente, que a PEC do Teto, que congelou os investimentos do Estado por vinte anos, foi necessária e que os servidores deveriam ser incluídos na reforma da Previdência.

Rui Costa (PT-BA)

Atual governador da Bahia, Rui Costa concedeu, há pouco mais de um mês, uma entrevista às páginas amarelas da Revista Veja. Na entrevista, Costa defendeu que o PT não defendesse a liberdade de Lula nas frentes que viesse a compor, que o governo venezuelano, vítima de um boicote gigantesco do imperialismo norte-americano, deveria ser criticado. Além disso, lançou sua pré-candidatura à presidência da República para as eleições de 2022.

Fernando Haddad (PT)

Candidato às eleições presidenciais de 2018 pelo PT, Haddad se tornou o principal representante da ala direita do PT, que pretende se adaptar ao regime político golpista, e não derrubá-lo. O petista já insinuou várias vezes que pretende ser candidato nas próximas eleições – defendendo, inclusive, que fosse formada uma frente de esquerda para isso. Em sua última coluna no jornal golpista Folha de S. Paulo, Haddad criticou a política econômica levada pelo governo Dilma Rousseff e elogiou a política fiscal do imperialismo – isto é, a política neoliberal, implementada ferrenhamente pelo governo de Fernando Henrique Cardoso.

O que querem os candidatos do “campo progressista” à presidência?

A postura adotada por Haddad, Flávio Dino, Rui Costa e Ciro Gomes diante da crise do governo Bolsonaro é a mesma – se aproximar da direita golpista. A política econômica austera que Haddad e Flávio Dino defendem é a política dos bancos – isto é, dos donos do golpe -, enquanto que a política defendida por Rui Costa e Ciro Gomes, de alianças explícitas com a direita e de abandono da luta pela liberdade de Lula, é exatamente aquilo que a burguesia precisa para esfacelar a mobilização popular.

O cálculo dos candidatos da esquerda nacional e de Ciro Gomes não é o de que a crise do regime pode ser aproveitada para derrotar os golpistas, mas sim o de que o naufrágio do governo Bolsonaro poderia levar a burguesia a aceitá-los como parte do regime político. Nesse sentido, não lutam pela derrubada do regime, mas sim competem pela vaga de administrador do golpe – isto é, procuram encabeçar um governo que tenha como objetivo manter o assalto dos capitalistas às riquezas do povo brasileiro.

Embora Jair Bolsonaro não esteja conseguindo levar adiante a política neoliberal com a eficiência necessária, não há indícios de que a burguesia esteja disposta a pôr um fim em seu governo. Mesmo que a direita opte pela derrubada de Bolsonaro, no entanto, não há qualquer indício de que ela vá escolher um candidato alocado em algum partido de esquerda ou o próprio Ciro Gomes – no caso de o governo Bolsonaro fracassar, a burguesia ainda conta com uma série de representantes de sua maior confiança. Seja como for, a política que poderá levar os trabalhadores a impedir a ofensiva da direita golpista não é a de defender os interesses da burguesia, mas sim a da mobilização popular contra o golpe. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Liberdade para Lula!

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