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Funcionário do mês

Ciro “Coca-Cola” Gomes

Pedetista não decepcionou seus patrões e saiu em defesa da privatização da água

A semana que se encerra neste 27 de junho foi marcada, entre tantas outras atrocidades, pela votação do marco regulatório do saneamento básico. Um nome pomposo e que diz pouca coisa sobre sua real intenção, mas que permite ser facilmente traduzido quando observado seu texto e seu propositor. O chamado marco regulatório, proposto por Tasso Jereissati (PSDB-CE) permitirá que a água de todos os municípios seja gerida — e, portanto, comercializada — por empresas privadas. Em termos ainda mais claros, o projeto aprovado no Senado tem como fim a privatização de toda a água do País. Mas Ciro Gomes jura que não é disso que se trata.

Quando questionado sobre o marco legal, Ciro Gomes respondeu que “estava estudando o projeto”, mas deixou claro que não se tratava de uma forma de privatização. Seu irmão, Cid Gomes, não teve a mesma sorte de poder dar uma resposta tão vaga. Por exercer o cargo de senador, não teve outra opção a não ser defender uma posição explicitamente: votou a favor da privatização.

Toda essa enrolação de Ciro Gomes sobre o tema não enrola ninguém. A monstruosidade por trás do projeto coloca a questão de maneira bastante clara para quem o conhece minimamente. Ciro Gomes, com sua vasta experiência, não tem mais o direito de ser considerado “ingênuo”. Ou se denuncia de maneira intransigente o absurdo que é a privatização da água, ou se coloca ao lado daqueles que estão liquidando o patrimônio nacional.

A privatização da água não é apenas uma maldade contra o povo brasileiro, mas é a expressão clara dos interesses do imperialismo e da própria burguesia golpista brasileira. Estando à beira da falência com a crise capitalista, a pandemia de coronavírus, a estagnação da economia e os desastres econômicos dos governos Temer e Bolsonaro, a burguesia não vê outra maneira de se sustentar a não ser permitindo se corromper por essa operação criminosa do imperialismo.

O imperialismo, por sua vez, que se encontra em sua agonia mortal, não vê outra maneira de se manter de pé a não ser por meio do saque generalizado aos países atrasados. Os efeitos da aplicação da política de pilhagem em seus próprios territórios têm se mostrado, afinal, perigosíssimos, conforme visto nos Estados Unidos. E quando falamos em imperialismo, estamos falando, por exemplo, dos interesses da Coca-Cola e da Nestlé, monopólios gigantescos da indústria de bens de consumo imediato. Ambos estão por trás da privatização da água no Brasil e ambos são parte influente da política do imperialismo.

E onde que as respostas evasivas de Ciro Gomes e os interesses do imperialismo se fundem? Ora, Ciro Gomes não é nenhum capitalista importante, mas é, como ele próprio não procurou esconder, um funcionário desses monopólios. E um funcionário, inclusive, daqueles que é conhecido com “puxa-saco” ou “lambe botas”, um verdadeiro serviçal de seus patrões.

Ciro Gomes é afilhado político do senador Tasso Jereissati, autor do projeto que privatiza a água. E até hoje, Gomes defende publicamente o senador. Em 2017, por exemplo, quando a crise do governo Temer colocou na ordem do dia a discussão sobre uma eleição indireta para a presidência da República, Ciro Gomes apoiou publicamente a candidatura de Tasso Jereissati. O senador cearense, por sua vez, é, como todo mundo sabe, representante da Coca-Cola no Nordeste.

Além de funcionário do funcionário da Coca-Cola, Ciro Gomes também esteve sob as ordens, durante anos, de Benjamin Steinbruch, um dos principais dirigentes da Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP). Não há como negar o papel da FIESP no golpe contra Dilma Rousseff. O próprio Steinbruch, à época, chegou a declarar que o trabalhador deveria operar a máquina com uma mão e comer um sanduíche com a outra.

Ciro Gomes, enfim, teve um papel importante na histórica sabotagem do imperialismo à Gurgel, promissora construtora nacional de automóveis. Gomes era governador do Ceará naquele período e atuou para desmantelar qualquer possibilidade de o Brasil ter autonomia na fabricação de carros. A Volkswagen, Ford e Mercedes agradeceram.

Se Ciro Gomes chegou a enganar alguém durante o processo de impeachment contra Dilma Rousseff, distribuindo discursos inflamados em defesa da “democracia” e da “soberania nacional”, hoje fica cada vez mais claro que Ciro Gomes continua sendo o que sempre foi: um coronel com alguma influência local que é tão nacionalista quanto Bolsonaro, cuja língua termina onde começam os sapatos de Donald Trump.

Não é à toa, portanto, que Ciro “Coca-Cola” Gomes tem atacado publicamente o PT e o ex-presidente Lula. De uma maneira geral, os ataques surgem do pretexto de Ciro Gomes de formar uma frente “pela democracia”, mas foi o próprio Ciro Gomes quem liquidou qualquer tipo de frente com o PT ao defender a prisão de Lula e ao fugir do País nas eleições de 2018. Gomes critica o PT e Lula porque, como um bom funcionário, procura denunciar aqueles que não estão seguindo o que querem seus patrões.

A obediência servil de Ciro Gomes aos seus patrões no que diz respeito à privatização da água está totalmente relacionada com sua política para a situação política atual. Ciro “Coca-Cola” Gomes quer que a esquerda e as organizações populares baixem sua cabeça para o imperialismo e sigam a orientação daqueles por quem Ciro Gomes nutre algum “respeito”: Fernando Henrique Cardoso, a Folha de S.Paulo etc. A política de Ciro Gomes de entregar toda a disposição de luta do povo trabalhador aos seus patrões só favorece a burguesia.

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