O produtor e cineasta Spike Lee, em um dos momentos mais aguardados do Oscar 2019, conseguiu a sua primeira estatueta por indicação.
Ele aproveitou o seu discurso de aceitação para mostrar a importância da sua conquista, e também sobre como o apoio e investimento de sua família (mesmo com os poucos recursos que tinham) na sua formação em cinema foram essenciais para que ele chegasse a essa posição.
Seu discurso também foi marcado pela reflexão acerca da escravidão do povo negro em tempos passados e, assim, Lee reafirmou que é muito importante dar valor aos ancestrais negros, levando-se em conta que, no mês de fevereiro, celebra-se o Mês da História Negra nos Estados Unidos. Isso arrancou fortes aplausos do público presente.
Quem não se agradou nada com o discurso de Spike Lee foi o presidente norte-americano, Donald Trump. Em sua crítica ao posicionamento do cineasta, Trump chegou ao ponto de dizer que sofreu “ataque racista” e que foi vítima do chamado “racismo reverso”. O presidente dos EUA alegou ainda, em sua conta no Twitter, que ele foi o governante que “mais fez pelos negros na história do país”.
Isso da parte de Trump, que é apoiado pela Ku Klux Klan, organização norte-americana que, há muito tempo, se põe abertamente contra a população negra, em palavras, ações e ideologia. Uma organização que promoveu, e ainda promove, ataques organizados contra os negros nos EUA, responsáveis por uma série de crimes e assassinatos contra o povo negro naquele país. Trump oculta que sua política de extrema-direita despertou o ato conhecido como a “Marcha de Charlottesville”, que incentivou a saída de movimentos neonazistas, supremacistas brancos e da própria KKK às ruas, e os ataques às minorias naquela cidade localizada no estado da Virgínia.
Trump discursa e faz demagogias para tentar ocultar a ofensiva do seu governo e de todo o imperialismo em crise, contra o povo negro e pobre, nos Estados Unidos e em todo o mundo.