O governo federal, juntamente com alguns setores pró-imperialistas, acusam a greve dos caminhoneiros de locaute, o que é um embuste. Em que pese a adesão de alguns setores patronais, a greve dos caminhoneiros é eminentemente um movimento paredista da pequena burguesia, vez que a maioria dos caminhoneiros são profissionais autônomos, tendo o apoio da classe operária que ainda não caiu em campo.
Essa análise reflete o fato de que ninguém aguenta a política dos golpistas, ainda que uma parte do movimento grevista tenha participado do apoio ao golpe. Essa contradição interna regime golpista enfatiza a tese já exposta pelo Diário da Causa Operária, segunda a qual o golpe de estado é autodestrutivo. Setores que outrora apoiaram o golpe, contra a presidenta eleita popularmente eleita, estão agora se voltando justamente contra a política que é antagônica à de Dilma Roussef.
Cumpre esclarecer outra contradição interna apontada pela mídia nativa, qual seja, a de que o golpe militar seria apoiado por alguns setores da greve dos caminhoneiros. Esse apoio é outra vertente confusa que não tem respaldo na conjuntura política. Explica-se. Os militares integram o regime golpista, fazendo apoio a todas as políticas neoliberais do governo Temer, em especial ao aumento dos combustíveis que a Petrobrás vem impondo contra a população. Achar que um eventual golpe militar acabaria com essa política é ingenuidade. Os militares só aprofundariam esse regime pró-imperialista com uma falsa roupagem nacionalista.
É imperioso que a classe operária saia às ruas, somando-se à greve dos caminhoneiros, e pedindo fim do golpe de estado que hoje está condensado na candidatura do ex-presidente Lula. Desta maneira, conclamamos que os setores mais organizados do setor operário, como a CUT, chamem uma greve geral para rechaçar o governo golpista e por Lula presidente.